Todo novembro, o feed das pessoas se transforma num campo de guerra.
Banners gritam “70% OFF”, contadores regressivos piscam, e os criativos se tornam versões quase idênticas uns dos outros. É nesse ruído que uma pergunta simples diferencia quem vende de quem apenas anuncia: o que sua marca está realmente comunicando na Black Friday?

A data, que antes era um sprint de ofertas, se transformou em uma maratona de posicionamento estratégico. O público amadureceu, a desconfiança aumentou e o desafio não é mais apenas converter, é construir percepção. Porque preço baixo não fideliza. Narrativa sim.

A disputa não é por desconto, é por atenção

Na Black Friday 2025, o grande ativo das marcas será a capacidade de comandar a conversa antes que ela comece.
Quem espera o dia da promoção já perdeu. As marcas mais inteligentes vão trabalhar o “pré”, criando narrativas que antecipam desejo, constroem expectativa e fazem o consumidor lembrar quem elas são antes de comparar preço.

É o momento de ativar storytelling, dados e propósito — mostrar por que a marca faz o que faz e como entrega valor além do desconto. Em um mar de urgência e impermanência, o diferencial é ser memorável.

Conteúdo é a nova vitrine

A Black Friday de 2024 já mostrou o caminho: marcas que humanizaram sua comunicação e produziram conteúdos originais performaram melhor do que as que apenas impulsionaram anúncios genéricos.
Em 2025, essa tendência se consolida.

As pessoas não querem ver um carrossel de “antes e depois de preço”. Elas querem participar de uma história. Campanhas que exploram bastidores, mostram clientes reais, constroem senso de comunidade ou até parodiam o próprio frenesi da data criam relevância cultural, e não apenas comercial.

Estratégia omnichannel: consistência é credibilidade

Se existe uma palavra que define sucesso em Black Friday, é consistência.
Não basta estar em todas as plataformas: é preciso que cada ponto de contato conte a mesma história com o mesmo tom.
O anúncio, o post no Instagram, o e-mail marketing e até o atendimento no WhatsApp precisam parecer que vêm da mesma voz.

Marcas como Magalu e O Boticário são exemplos de como integrar mídias pagas, próprias e espontâneas para amplificar conversas e reduzir o custo de atenção. Elas não apenas comunicam ofertas — constroem presença.

Influência e confiança: o novo motor de decisão

A confiança migrou. Hoje ela mora nos criadores de conteúdo.
Mas usar influenciadores não é “comprar mídia humana”: é co-criar relevância.
Quando o criador entende a história, os valores e o propósito da marca, ele não só entrega alcance, mas também legitima o discurso.

A Black Friday 2025 será um palco de colaborações autênticas entre marcas e criadores que compartilham códigos culturais e públicos complementares.

Transparência: o discurso mais valioso

O consumidor aprendeu a identificar descontos ilusórios.
Por isso, a comunicação precisa ser honesta, simples e direta. A melhor campanha é aquela que consegue dizer “sim, isso é um bom negócio” sem precisar de asteriscos.

Transparência é branding.
Quando o consumidor percebe a verdade no discurso, transforma compra em relacionamento.
É aí que a Black Friday deixa de ser uma corrida de preços para virar uma plataforma de confiança.

Em 2025, a Black Friday não premiará quem gritar mais alto, e sim quem souber contar a melhor história.
Quem compreender a comunicação como uma experiência completa — antes, durante e depois do clique — permanecerá relevante, mesmo quando os formatos atuais de publicidade digital desaparecerem.