No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8/3), é fundamental reforçar a importância da igualdade, a independência delas no dia a dia e ainda ampliar o debate sobre a saúde mental. Além do perfil multitarefa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que violências domésticas, desvantagem socioeconômica, educacional e de oportunidades no mercado de trabalho, responsabilidade incessante pelo cuidado de outras pessoas, padrões irreais de estética, entre outros contextos de discriminação podem causar consequências negativas à saúde das mulheres.
Problemas esses que têm se agravado ainda mais durante a pandemia. Para se ter uma ideia, dados da série Cenários da Covid-19, coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelam que foram as mulheres as que mais sofreram danos à saúde mental e com a sobrecarga de trabalhos domésticos neste período. De acordo com a pesquisa, durante o isolamento social, 24% das mulheres apresentaram sintomas de depressão. Dentre os homens, 17% declararam o mesmo. Um quarto delas (20%) também relataram sintomas de ansiedade, quase o dobro entre eles (11%). Já em relação ao estresse, enquanto apenas um em cada dez homens (10%) relataram sinais, para elas, esse número chegou a 17%.
“Dados como esses evidenciam a necessidade de fortalecermos a conscientização individual e coletiva sempre sobre a importância da prevenção ao sofrimento psíquico das mulheres”, explica a professora do curso de Psicologia do Centro Universitário IESB, Miriam Pondaag.
Ela destaca orientações importantes que colaboram na promoção da saúde mental feminina. “É fundamental que a mulher tenha um tempo específico para ela; entenda que nem tudo está sob o nosso controle; que ela cuide da sua alimentação; durma bem; pratique atividades físicas, acredite em si, tenha projetos pessoais e pensamentos positivos. O autoconhecimento e autocuidado são ferramentas importantes para o empoderamento feminino. E lembre-se: sempre que for necessário, é importante buscar ajuda de um profissional”, orienta a psicóloga.
Mulheres Auroras
Ter uma rede de apoio é tão importante que o Centro Universitário IESB, por meio da sua Clínica de Psicologia e com a participação de alunos e professores, desenvolve, desde 2019, o projeto Mulheres Auroras, criado para ajudar mulheres a vencerem desafios em suas relações amorosas, familiares e profissionais. A iniciativa oferece atendimento psicossocial gratuito e envolve atendimento individual e em grupo com o objetivo de contribuir para o empoderamento feminino, o desenvolvimento pessoal, produção de novas narrativas identitárias, além de motivar o autoconhecimento e o autocuidado. Temáticas como relacionamentos, sobrecarga de papéis e projeto de vida são focadas.
“Os atendimentos individuais propiciam escuta especializada, acolhida e suporte para que as mulheres possam lidar com suas demandas pessoais e com dificuldades. Contribuem para o autoconhecimento, empoderamento e promoção da saúde mental. Os atendimentos em grupo propiciam convivência, trocas de experiências entre as mulheres e motivam para construção de novas estratégias comunicacionais e relacionais”, explica a professora Miriam, coordenadora do projeto.
De acordo com a psicóloga, o grupo permite compreender questões relacionadas ao feminino, vivências e desafios que são comuns às mulheres. Vítimas de violência doméstica também são atendidas. “Isso traz maiores chances de ampliar a compreensão da influência do contexto e das representações sociais nas experiências das mulheres”, completa a professora.
Como participar:
O projeto Mulheres Auroras oferece atendimento em grupo, de forma on-line, sempre às quintas-feiras, das 19h às 20h30. Já os atendimentos individuais podem ser presenciais ou on-line e são agendados, conforme a disponibilidade de cada participante. As inscrições para o primeiro semestre de 2022 estão abertas. São gratuitas e devem ser feitas no link:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdOrI-orDaU0DBwYy-6tS6yokmshsNurJCFsXfKOnvSbkwfiw/viewform
Mais informações pelo e-mail: