O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que Brasil e Estados Unidos terão uma reunião nesta quinta-feira (16) para discutir o tarifaço imposto sobre produtos brasileiros. O encontro será o primeiro desde a recente conversa entre Lula e o presidente Donald Trump, realizada no início de outubro.

Durante evento no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (15), Lula comentou o clima do último diálogo entre os dois líderes.

“Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, ironizou o presidente, lembrando a frase de Trump sobre a “excelente química” entre eles nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em setembro.

Segundo Lula, a reunião será o início efetivo das negociações bilaterais. O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio foi designado por Trump para conduzir o processo, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lidera a delegação brasileira em Washington.

💼 Argumentos econômicos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil apresentará argumentos econômicos sólidos para tentar reverter as tarifas. Entre eles, o de que a medida encarece o custo de vida dos americanos e prejudica o comércio bilateral, já que os Estados Unidos mantêm superávit comercial com o Brasil.

Haddad também destacou que o país oferece grandes oportunidades de investimento em energia limpa, terras raras, minerais críticos, eólica e solar, áreas alinhadas à agenda de transição ecológica.

📈 O que é o tarifaço

O chamado tarifaço faz parte da nova política comercial norte-americana implementada por Trump, que elevou tarifas contra diversos parceiros sob o argumento de proteger a competitividade dos EUA frente à China.

Em abril, Washington aplicou uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. No entanto, em 6 de agosto, uma nova taxa de 40% foi adicionada como retaliação a medidas brasileiras consideradas desfavoráveis às big techs norte-americanas e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Entre os produtos afetados estão café, frutas e carnes, enquanto cerca de 700 itens — incluindo suco de laranja, combustíveis, minérios e aeronaves civis — ficaram fora da lista inicial. Posteriormente, novos produtos foram liberados das tarifas adicionais.