O petista José Dirceu defendeu a abertura de uma CPI do Banco Central e cobrou explicações imediatas da direção da autarquia diante do escândalo que envolve o Banco Master, cujo rombo é estimado entre R$ 40 e R$ 50 bilhões. Para o ex-ministro, o caso revela uma falha estrutural de supervisão que deixou 1,6 milhão de aplicadores expostos a um dos maiores desastres financeiros do país.

Segundo Dirceu, o episódio comprova que o Banco Central perdeu o controle sobre a expansão de bancos digitais, fintechs e empresas de pagamento que se multiplicaram nos últimos anos sem mecanismos adequados de fiscalização.

“Como foi possível acontecer?”

Dirceu direciona todas as críticas ao Banco Central:

  • “Como foi possível acontecer o que aconteceu com o Banco Master?”

  • “Como podem surgir tantas fintechs e empresas de pagamento sem fiscalização real?”

  • “Quem fiscaliza o Banco Central?”

Para ele, a crise evidencia que não existe um processo consistente de monitoramento preventivo por parte da autarquia.

Infiltração criminosa expõe falhas

O ex-ministro citou ainda investigações que apontam infiltração de facções criminosas em operações financeiras:

“Se o PCC se infiltrou em fintechs, é porque não há fiscalização real.”

Dirceu afirma que esse quadro só foi possível porque o Banco Central permitiu uma expansão desordenada do setor.

FGC pressionado e risco ao sistema financeiro

Com milhares de investidores aguardando ressarcimento de aplicações de até R$ 250 mil, o impacto sobre o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é significativo e coloca em alerta o mercado financeiro.

Para Dirceu, isso reforça a tese de que houve omissão do Banco Central na supervisão do caso.

Críticas à política de juros

O ex-ministro também associou o episódio ao ambiente de juros altos:

“Como é possível oferecer juros de 25%, 30% ao ano? Como é possível manter uma Selic de 15%, com juros reais de 10%?”

Segundo ele, essas distorções favorecem a proliferação de operações financeiras de risco.

CPI do Banco Central

Dirceu defende que o Senado instale uma CPI para investigar exclusivamente:

  • a atuação do Banco Central no caso Banco Master,

  • o colapso da fiscalização,

  • o crescimento desregulado de fintechs,

  • e o risco sistêmico provocado pela falta de controle.

“É hora de deter a impunidade e a irresponsabilidade. O Senado tem obrigação de convocar a direção do Banco Central.”