A cidade do Rio de Janeiro amanheceu em situação de normalidade nesta quarta-feira (29), após a megaoperação policial que mobilizou 2,5 mil agentes e se tornou a mais letal da história do estado, com pelo menos 70 mortos.

Durante a madrugada, moradores transportaram mais seis corpos em uma kombi até o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte da cidade. O veículo chegou em alta velocidade e deixou o local logo em seguida. Segundo informações da imprensa local, os corpos teriam sido retirados da mata do Complexo do Alemão por moradores, após o encerramento dos confrontos.

A operação, iniciada por volta das 6h de terça-feira (28), mobilizou policiais civis e militares em diversas comunidades do Rio — entre elas os complexos do Alemão, da Penha e da Maré — com o objetivo de desarticular o Comando Vermelho, facção que controla parte das favelas da capital fluminense.

Durante todo o dia, foram registrados intensos tiroteios, barricadas em chamas e bloqueios em 35 vias. Criminosos reagiram com ataques coordenados, incendiando veículos e lançando artefatos explosivos. O clima de pânico levou a paralisação de escolas, comércios e serviços de transporte.

O Centro de Operações e Resiliência (COR) informou que, às 6h desta quarta, o município retornou ao estágio 1 de operação, que indica ausência de grandes ocorrências. Todos os modais de transporte — ônibus, metrô, trem, barcas, BRT e VLT — funcionam normalmente.

Na terça, mais de 200 linhas de ônibus tiveram itinerários alterados e 71 veículos foram usados como barricadas. A autoestrada Grajaú–Jacarepaguá, que liga zonas Norte e Oeste, foi a última via a ser liberada, por volta das 2h45 da madrugada.

As forças de segurança afirmam que a ação foi planejada com base em informações de inteligência e que o objetivo principal era capturar chefes do tráfico envolvidos em ataques recentes a unidades policiais e no controle territorial das comunidades. O policiamento segue reforçado em toda a capital.