Receber um diagnóstico de câncer é um dos momentos mais difíceis na vida de qualquer pessoa. O impacto vai além do corpo — atinge profundamente o emocional e a saúde mental.
A forma como o paciente lida com o diagnóstico e com o tratamento influencia diretamente sua resposta clínica e imunológica.

Durante o tratamento oncológico, sintomas de ansiedade, depressão e estresse são comuns e podem afetar tanto o estado psicológico quanto o funcionamento do sistema imunológico. Por isso, cuidar da mente é tão essencial quanto tratar o corpo.

“O equilíbrio emocional é fundamental para manter o sistema imunológico estável. O apoio psicológico oferece ferramentas para lidar com o medo, a ansiedade e a tristeza, ajudando o paciente a enfrentar o processo com mais esperança”, explica a neuropsicóloga Patrícia Strebinger.


Principais fatores que afetam a saúde mental durante o câncer

1. Alterações químicas no cérebro

A quimioterapia pode impactar neurotransmissores como serotonina e dopamina, responsáveis pela sensação de bem-estar e equilíbrio emocional.
Essas alterações químicas podem causar mudanças de humor, irritabilidade, ansiedade ou tristeza, interferindo na forma como o paciente percebe e reage ao tratamento.

2. Cansaço e mal-estar físico

A fadiga intensa, as náuseas, as alterações no sono e o desconforto físico gerado pelos medicamentos e procedimentos médicos influenciam diretamente o estado emocional.
É difícil manter o otimismo quando o corpo está esgotado — e esse desgaste pode potencializar sintomas de ansiedade e depressão.

3. Impacto psicológico do tratamento

O câncer provoca medos, incertezas e mudanças na rotina e na autoimagem. A queda de cabelo, o afastamento social e as restrições físicas costumam abalar a autoestima e provocar sofrimento emocional, especialmente em fases de maior fragilidade.


A importância do suporte psicológico e psiquiátrico

O acompanhamento com profissionais especializados é essencial para ajudar o paciente a reconhecer e administrar as oscilações emocionais.
Segundo a neuropsicóloga Patrícia Strebinger, o suporte emocional adequado melhora a adesão ao tratamento, reduz recaídas e favorece o bem-estar geral.

Estudos apontam que pacientes que recebem apoio psicológico regular apresentam maior adesão às orientações médicas, mantêm hábitos de vida mais saudáveis e enfrentam o tratamento com mais equilíbrio e qualidade de vida.

Conclusão

O tratamento do câncer exige atenção integral à pessoa — corpo, mente e emoção.
Mais do que uma abordagem médica, a jornada contra o câncer é também um processo de autoconhecimento, resiliência e reconstrução interior.
Cuidar da saúde mental é um passo indispensável para fortalecer o corpo e o espírito na busca pela cura.