Por Izabel Novaes
Antes de tentar explicar os motivos que levam alguém a desejar não existir mais, é importante olhar para as estatísticas: Índia lidera em números absolutos (≈258 mil casos/ano), seguida pela China (≈120 mil), Estados Unidos (≈43 mil), Rússia, Japão, Coreia, Paquistão e Brasil. Esses números mostram a dimensão global do problema: a cada minuto, uma vida é perdida por suicídio.
Do que estamos falando?
Trata-se de suicídio um ato que, na maioria das vezes, nasce do desespero, da depressão e da sensação de que não há saída. Raramente a pessoa quer realmente “morrer”: na maior parte das vezes ela busca fazer cessar uma dor interna insuportável. Infelizmente, escolhe um meio definitivo para um problema que, muitas vezes, tem soluções.
Por que os homens aparecem tanto nas estatísticas?
Questões culturais, como a expectativa de que “homens não falem sobre emoções”, fazem com que muitos não peçam ajuda. Esse silêncio aumenta o risco e contribui para a maior ocorrência de suicídios entre homens em diversos países. Precisamos derrubar tabus: pedir ajuda é ato de coragem.
Sinais de risco fique atento
Nem sempre o risco é óbvio, mas alguns sinais merecem atenção:
-
Falar frequentemente sobre morte ou não ter esperança;
-
Sentir culpa intensa, baixa autoestima ou visão negativa persistente da própria vida;
-
Mudanças bruscas de humor ou retraimento social;
-
Aparente “calma” depois de um período de depressão (pode indicar decisão);
-
Tentativas de “consertar” assuntos pendentes (reconciliações, testamento, doações);
-
Isolamento acelerado e comportamento autodestrutivo.
Importante: pessoas sorridentes e sociáveis também podem estar sofrendo. A dor muitas vezes fica escondida por trás de sorrisos.
Jovens e crianças: um alerta crescente
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Os números têm crescido entre adolescentes — e, em alguns contextos, até entre crianças — o que exige atenção de pais, escolas e redes de apoio.
O que familiares e amigos podem fazer
Se perceber sinais de risco:
-
Converse com calma e sem julgamentos;
-
Demonstre acolhimento e escuta ativa;
-
Não minimize os sentimentos valide a dor;
-
Incentive busca por apoio profissional (psicólogo/psiquiatra);
-
Acompanhe e não deixe a pessoa isolada;
-
Em caso de risco iminente, procure atendimento médico de urgência.
Lembre-se: ninguém quer, de fato, “deixar de existir” — a pessoa quer acabar com a dor. Para ela, o suicídio parece uma solução; para quem acompanha, é preciso mostrar que existe saída.
Se você pensa em tirar a própria vida
Você não está sozinho(a). Procure alguém de confiança e peça ajuda profissional. Há tratamentos, acolhimento e recursos que podem aliviar e reorganizar sua vida. Não tome decisões em um momento de dor extrema: o tempo e o tratamento podem dar outras soluções. A vida é valiosa e a recuperação é possível.
Contatos e orientações importantes (Brasil)
-
CVV – Centro de Valorização da Vida: ligue 188 (disponível 24h) ou acesse o serviço de chat/apoio online do CVV.
-
Em caso de risco imediato: procure atendimento médico ou ligue para o serviço de emergência local (no Brasil, SAMU — 192).
(Edite o box acima conforme canais locais ou links oficiais do seu veículo.)
Se você está passando por sofrimento, fale agora com alguém. Se perceber risco em um amigo ou familiar, não deixe para depois: afaste o isolamento, ofereça companhia e procure ajuda profissional. Compartilhe este texto para ajudar a salvar vidas. Setembro Amarelo prevenção ao suicídio.
A psicoterapeuta Izabel Novaes atua como psicanalista clínica, com especialização em Educação e Saúde Mental. Seu trabalho é voltado ao atendimento online, oferecendo suporte terapêutico qualificado a pessoas que buscam acolhimento, autoconhecimento e equilíbrio emocional. Com uma abordagem ética e profissional, auxilia no enfrentamento de desafios pessoais e no fortalecimento da saúde mental.
📲 Instagram: @izabelpsica
Entenda os sinais de risco do suicídio, como agir ao perceber alguém em sofrimento e onde buscar ajuda imediata. Setembro Amarelo.