O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados acusados de participação em uma trama para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. O caso já é considerado um marco histórico para a democracia do país e pode resultar na condenação de militares e ex-integrantes do alto escalão do governo.

Julgamento inédito

É a primeira vez que um ex-presidente da República responde no STF por suposta tentativa de golpe de Estado. Entre os réus estão nomes de grande projeção no cenário político e militar, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira; o almirante Almir Garnier; o deputado Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator premiado no caso.

Como acompanhar

As sessões serão transmitidas pela CNN, tanto pela TV quanto pelo canal da emissora no YouTube, permitindo que a população acompanhe cada etapa do processo. O calendário prevê oito sessões até o próximo dia 12 de setembro, com possibilidade de prorrogação caso algum ministro peça vista.

Estrutura e segurança

Segundo dados do STF, mais de 3 mil pessoas se cadastraram para acompanhar presencialmente as sessões. Para garantir a ordem, a Corte reforçou a segurança interna e externa, com monitoramento especial durante todo o período do julgamento. Além disso, mais de 500 profissionais de imprensa, de veículos nacionais e internacionais, estão credenciados para a cobertura no Supremo, o que reforça a dimensão global do processo.

Repercussões

O julgamento atrai atenção internacional e pode redefinir os rumos da política brasileira. Caso condenados, os réus enfrentam penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão, em um processo que já entrou para a história como símbolo da resposta institucional às ameaças ao Estado Democrático de Direito.