O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, vem sendo alvo de críticas por adotar uma postura agressiva contra jornalistas que pautam suas movimentações políticas e administrativas no Distrito Federal. Com uma remuneração que ultrapassa os R$ 60 mil mensais — somando salário da ABDI e jeton de conselhos —, Cappelli, segundo relatos, tem reagido mal às reportagens que expõem suas ações e pretensões eleitorais.

Ex-interventor da segurança pública do DF após os ataques de 8 de janeiro de 2023 e ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça durante a gestão de Flávio Dino, Cappelli construiu uma trajetória de destaque em cargos estratégicos no governo federal. Atualmente, seu nome é cotado como possível pré-candidato ao Governo do Distrito Federal nas eleições de 2026, já aparecendo com 5,8% das intenções de voto em pesquisas recentes.

Apesar da imagem de gestor técnico que tenta projetar, Cappelli tem sido criticado pela condução política de seus bastidores e pela maneira como enfrenta críticas públicas. Jornalistas que abordam suas movimentações relatam ter sido alvos de ataques e tentativas de desqualificação, comportamento que chama atenção justamente por partir de quem ocupa uma posição de destaque.

Formado em jornalismo, Ricardo Cappelli deveria, no mínimo, entender a importância da liberdade de expressão e respeitar o trabalho da imprensa — princípios fundamentais não apenas para o exercício da profissão que escolheu, mas também para a vida pública que pretende alçar.

Com o crescimento da visibilidade pública e um salário que supera o de ministros de Estado, Ricardo Cappelli precisará administrar não apenas sua atuação à frente da ABDI, mas também os desgastes crescentes em sua relação com a imprensa independente — especialmente em um momento em que seus passos são acompanhados de perto com vistas às eleições de 2026.

Cris Oliveira