O Projeto de Lei 1366/2023, de autoria do deputado estadual Júnior Tércio (PP), que proíbe o “surfe rodoviário” — prática popularmente conhecida em Pernambuco como “morcegar” em ônibus —, está gerando debate entre os trabalhadores do transporte público no Grande Recife. A proposta foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco e atribui aos motoristas e cobradores a responsabilidade de evitar que pessoas se posicionem sobre o teto, pendurem-se nas laterais, ou fiquem em áreas externas das portas e janelas dos veículos em movimento.

O Sindicato dos Rodoviários expressou preocupações quanto à segurança e à sobrecarga das funções dos trabalhadores, apontando que a medida pode colocar motoristas e cobradores em situações de risco e lhes conferir responsabilidades para as quais não foram treinados. Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, a categoria teme pela segurança dos trabalhadores, que poderia ser colocada em risco ao abordar contraventores. Há também a preocupação de que motoristas e cobradores podem ser responsabilizados e até obrigados a pagar multas de trânsito, caso sejam flagrados na direção enquanto alguém descumpre a norma.

A insegurança sobre a nova lei fez o sindicato realizar um protesto no final da manhã de segunda-feira (4), no Centro da capital pernambucana, pedindo que a governadora vete a proposta. Das 11h às 13h, vários ônibus ficaram parados na Rua do Sol, no bairro de Santo Antônio, bloqueando o trânsito na região.

 

Redação