O MDB de Pernambuco vive um momento de tensão e expectativa. No próximo sábado (24), a legenda realiza sua eleição interna para definir quem assumirá a presidência estadual do partido. O embate, que começou nos bastidores, ganhou os holofotes ao opor o atual presidente, Raul Henry, e o deputado estadual Jarbas Vasconcelos Filho — o Jarbinhas.

O clima é de disputa intensa, com trocas de acusações públicas e interferência até mesmo de familiares, escancarando um racha que pode impactar diretamente os rumos da sigla nas eleições de 2026.

Henry quer manter aliança com PSB

Raul Henry, à frente do MDB-PE desde 2015, busca a reeleição com o apoio de setores ligados ao PSB,

especialmente da gestão do prefeito João Campos, da qual faz parte como secretário de Relações Institucionais. Defensor da continuidade da aliança com os socialistas, Henry argumenta que a parceria tem garantido protagonismo ao partido na capital e articulação no estado.

Jarbas Filho prega renovação e independência

Do outro lado, Jarbas Filho tenta devolver ao partido o papel de liderança política que, segundo ele, foi diluído pela dependência de outras siglas. Filho do ex-governador e ex-senador Jarbas Vasconcelos, ele promete resgatar os valores históricos do MDB e já conquistou o apoio da maioria dos prefeitos eleitos pela legenda em 2024.

Conflito familiar agrava disputa

A disputa ganhou contornos ainda mais polêmicos com o envolvimento de Adriana Vasconcelos, irmã de Jarbas Filho, que saiu em defesa de Raul Henry e criticou o próprio irmão, acusando-o de usar o nome do pai para alcançar poder. Em resposta, Jarbinhas chamou Henry de ingrato, lembrando que foi seu pai quem o lançou na vida política.

O que está em jogo

Mais do que uma briga por cargos, a eleição no MDB-PE pode redefinir alianças para as eleições de 2026. Uma vitória de Jarbas Filho pode levar o partido a se aproximar da governadora Raquel Lyra (PSDB), enquanto a manutenção de Henry no comando indicaria a continuidade da ligação com o PSB.

O resultado do sábado será decisivo. Independentemente do vencedor, o desafio será reconstruir a unidade de um MDB que, neste momento, está visivelmente fragmentado — por dentro e por fora.