Após os recentes acidentes envolvendo balões em estados como São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo, a professora Marcilei Guazzelli, do Departamento de Física da Fundação Educacional Inaciana (FEI), chama atenção para os riscos associados a essa prática turística. Segundo ela, a atividade demanda não apenas conhecimento técnico, mas também o alinhamento de múltiplos fatores essenciais à segurança.
“O voo de balão precisa obedecer às leis da física. A força de empuxo — que depende do volume do balão e da densidade do ar — deve ser suficiente para sustentar toda a estrutura e os ocupantes, o que pode representar cerca de 1,7 tonelada no total”, explica a professora.
No entanto, mais do que cálculos físicos, a especialista destaca que o sucesso de um passeio seguro exige uma série de cuidados simultâneos: clima estável, rajadas de vento sob controle, equipamentos em boas condições, número adequado de passageiros, além de um piloto experiente e certificado.
Marcilei reforça ainda que a falta de manutenção adequada e o despreparo de operadores contribuem para aumentar o risco de acidentes, como os que chamaram a atenção nas últimas semanas.
“A combinação entre negligência e variáveis naturais imprevisíveis pode ser fatal. Por isso, é essencial que a atividade seja regulamentada, monitorada e conduzida com responsabilidade”, alerta.