O Distrito Federal (DF) conta agora com a Política de Atenção à Saúde Mental Materna, com foco nas mulheres desde a gestação até o fim do puerpério (período de seis semanas ou mais após o parto). A lei nº 7.583/2024, que institui a política, foi sancionada pelo governador Ibaneis Rocha e publicada na edição desta terça (26) do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF)
“Trata-se de o poder público compreender que as mulheres, ao se tornarem mães, precisam ser cuidadas não somente no aspecto físico, mas também mental”
Lucilene Florêncio, secretária de Saúde
O principal objetivo é garantir uma atenção humanizada para a prevenção dos quadros de sofrimento psíquico relativos à maternidade, além de ações junto à comunidade para promover redes de apoio, o cuidado respeitoso e os direitos das mães e das famílias. “A criação da Política de Atenção à Saúde Mental Materna é um avanço”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. “Trata-se de o poder público compreender que as mulheres, ao se tornarem mães, precisam ser cuidadas não somente no aspecto físico, mas também mental”.
Fase especial
“A gestação e o puerpério são momentos bastante sensíveis na vida das mulheres; envolvem muitas alterações sociais, familiares, profissionais, físicas e hormonais, além da sobrecarga que os próprios cuidados com a criança exigem”
Carolina Leão, psicóloga da SES-DF
De acordo com a psicóloga Carolina Leão, da Gerência de Serviços de Psicologia da Secretaria de Saúde (SES-DF), até 80% das mulheres passam pela situação chamada de baby blues, uma melancolia vivenciada após a chegada do bebê.
Aproximadamente 25% das mães podem evoluir para um quadro de depressão pós-parto. “A gestação e o puerpério são momentos bastante sensíveis na vida das mulheres; envolvem muitas alterações sociais, familiares, profissionais, físicas e hormonais, além da sobrecarga que os próprios cuidados com a criança exigem”, explica.
Para a especialista, o principal destaque da Política de Atenção à Saúde Mental Materna é institucionalizar a importância de um cuidado que vá além das questões físicas. “Quase duas vezes mais mulheres morrem por suicídio do que por hemorragia no pós-parto”, revela. Nesse contexto, profissionais envolvidos no atendimento às mulheres receberão capacitações e terão a saúde mental como uma das diretrizes de atendimento.
Reforço de RH
O DODF desta terça também traz a expansão de 20 para 40 horas de trabalho semanais para 179 servidores da SES-DF de diversas áreas. Esse contingente inclui 38 profissionais da área de saúde mental lotados em unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), como psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais.
“É uma entrega significativa para a saúde mental”, comemora a diretora de Saúde Mental da SES-DF, Fernanda Falcomer. “Esses profissionais já conhecem bem suas atividades e poderão duplicar suas entregas à sociedade. Além disso, são servidores competentes e comprometidos.”
Atendimento especializado
No DF, a principal porta de entrada dos serviços de saúde mental é a rede de unidades básicas de saúde (UBSs), onde equipes de Saúde da Família (ESF) e equipes multiprofissionais (e-Multi) prestam atendimento de saúde mental, pré-natal e acompanhamento do desenvolvimento das crianças. Em caso de necessidade especializada, há unidades do 18 Caps, com outras cinco em fases distintas de implantação, além das 14 policlínicas, que atendem após encaminhamento.
Conheça os serviços de saúde mental do DF.
*Com informações da Secretaria de Saúde
Fonte: Agência Brasília