Criado com o objetivo de revitalizar o Distrito Federal, o SOS DF foi lançado nos primeiros dias de gestão do governador Ibaneis Rocha. Encabeçado pela Secretaria de Obras, o programa tem como meta levar serviços emergenciais para o cidadão com ações que atendam as principais demandas da comunidade. São operações de tapa-buracos, podas de árvores, limpezas de bocas de lobo, retirada de lixo, capina, pinturas de faixas de pedestres e de meios-fios e roçagem.
Nesta quarta-feira (27), a ação, pela Caesb, foi realizada em Samambaia, Gama e Recanto das Emas. Nos locais onde é feita a manutenção da rede de esgoto (os poços de visita) são retirados diversos tipos de material, como peças de lingerie, cabos de rodo, sacos plásticos e copos descartáveis, além de gordura.
As atividades são preventivas e corretivas, incluindo inspeções no sistema distribuidor de água e coletor de esgoto, quando são identificados os problemas que geram prejuízos para a população, como vazamento de água e rompimento de rede. Para atender ao SOS DF, foi criada uma força-tarefa pela empresa. Em um cronograma definido pela Secretaria de Obras, são atendidas três localidades por dia. A equipe passa uma semana em cada local.
O titular da Superintendência de Operação e Manutenção de Rede do Sistema Distribuidor de Água e Coletor de Esgoto da Caesb, Paulo Roberto Vieira Caldeira, explica que as ações envolvem a lavagem de rede, durante a qual a equipe limpa a tubulação do sistema de esgoto para retirar os dejetos que a estão obstruindo. “O lixo, a gordura e o cascalho que entram por meio das residências para o sistema coletor de esgoto se solidificam dentro da tubulação, e, quanto mais tempo se passar, o tubo vai se fechando com esses sedimentos, podendo ocasionar o entupimento”, alerta. “Se houver essa obstrução, inevitavelmente esse esgoto vai vazar para a rua.”
O trabalho é feito com um equipamento chamado hidrojato. “É introduzido na tubulação um jato de água com pressão suficiente para carrear esse material, e, num ponto específico, denominado poço de visita, são retirados todos os sedimentos”, detalha Paulo Roberto. “O trabalho é feito trecho por trecho para evitar um extravasamento de esgoto nas ruas.” Além desse serviço, são feitos consertos de tubulação de água onde há vazamentos e da tubulação de esgoto, quando são substituídos os condutores danificados.
Os problemas são identificados por fiscais, que fazem a inspeção do sistema, e pelos moradores. “Felizmente contamos com um grande aliado nessa identificação dos problemas no sistema de água e de esgoto, que é a população do DF. Ao identificar qualquer problema do esgoto extravasando ou algum vazamento de água, acionam a nossa central de atendimento [pelo número] 115 e já direcionamos as equipes para evitar transtornos maiores”, orienta.
De acordo com Roberto Magalhães, supervisor da área de lavagem de esgoto da Caesb, a sujeira que entope os poços de visita tem origem nas caixas de inspeção das casas. “Em algumas regiões, chegamos a retirar 400 kg de lixo por dia. Quanto maior o tamanho dos poços, mais lixo encontramos. Em alguns lugares limpamos pela manhã e à tarde já está obstruído novamente”, adverte.
O trabalho é demorado. A limpeza de cada poço de visita pode durar até quatro horas, de acordo com a quantidade de resíduos. Em algumas regiões, a equipe, formada por quatro pessoas, leva até 30 dias para concluir os serviços.
Satisfação
A comunidade se manifesta satisfeita com as ações. O comerciante Eduardo Silva, 42 anos, morador do Recanto das Emas, lembra que o lixo acarretava um terrível mau-cheiro. “A nossa quadra estava precisando desse trabalho. Agora está nota 10″, comemora. O autônomo Antônio Miranda, 35, também elogiou os trabalhos do programa. “Está bem feito. Aconteceu em boa hora”, resumiu.
Às vezes, as equipes também encontram outras dificuldades durante as ações. Segundo o supervisor Roberto Magalhães, em algumas residências, os poços de visitas ficam dentro das casas e os moradores não liberam o acesso ao grupo de trabalho.