Estudante de nutrição em uma faculdade particular do DF, Marina Bueno, 18, fez de uma situação familiar uma ideia para o seu negócio. Há dois anos, a família da jovem descobriu que a mãe era celíaca (possui intolerância ao glúten). Cozinheiras nas horas vagas, Marina resolveu fazer as receitas apreciadas pela turma também sem glúten. Quitutes aprovados, ela tinha a ideia de comercializar os produtos, mas sem lá muito foco.
Marina então descobriu um projeto inovador que chegou à capital, oferecido pela Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF) em parceria com outros quatro órgãos. Trata-se de uma pré-incubadora de negócios chamada Cocreation Lab DF, que incentiva pessoas comuns a tirar do papel suas ideias. Ela se inscreveu, foi treinada e, assim, surgiu o “Vem sem Glúten”, startup criada por Marina.
“Eu era um pouco desorganizada, não sabia como empreender. Precificava errado os meus produtos”, conta a estudante. “No Cocreation, aprendi técnicas de marketing, a montar uma ilha de produção e a fazer planilhas. Assim, meu negócio se profissionalizou”, comemora. Hoje, o “Vem sem Glúten” tem entregas diárias de bolos, brigadeiros, coxinhas, pastéis, kits para festas, entre outros. Além de receitas para os portadores de doença celíaca, que podem ser acessadas por meio do QR Code abaixo.
Primeira turma trouxe 37 projetos
O programa que capta novos empreendedores nasceu em Florianópolis (SC) e se viabilizou na capital do país graças a uma parceria da FAP-DF com a Universidade de Brasília, a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), o Instituto Federal de Brasília (IFB) e o Sebrae-DF.
Ele oferece ferramentas como mentorias, palestras, além de networking com empresas da capital para transformar planos em negócios de verdade. São cinco meses de curso e o melhor: tudo gratuito. A primeira turma formou 37 projetos inovadores para o Distrito Federal no ano passado. E, a segunda, está com as inscrições abertas até o dia 6 de fevereiro.
Para participar, o interessado tem de apresentar uma ideia ou proposta. As ideias que têm potencial para virarem empreendimentos passam por um processo de seleção e, depois de aceitas, recebem apoio para se transformarem em empresa. O Cocreation Lab possui uma metodologia chamada TXM Business, desenvolvida e validada na capital catarinense.
“As pessoas ouvem em algum momento de sua trajetória que ser empreendedor é algo nato, o que não é verdade. As pessoas podem descobrir seu potencial como empresários e líderes”, acredita o coordenador de Tecnologia e Inovação da fundação, Gilmar Marques. “O programa está sendo desenvolvido em quatro polos diferentes, espalhados pela cidade. Logo, teremos um no Biotic também, para despertar soluções para as ideias de várias comunidades”, emenda.
Diversos polos espalhados pela cidade
Os polos onde são capacitados os coworkers remetem ao ipê, planta símbolo de Brasília. Os ipês branco e roxo ficam nos campi da UnB na Asa Norte e no Gama. O amarelo e rosa ficam nas sedes do IFB em São Sebastião e Samambaia. E, o verde será no SebraeLab, localizado no parque tecnológico Biotic.
“O Brasil é um dos países que mais cria empresas no mundo, mas também é onde elas mais fecham. Nosso propósito é colocar as ideias dos alunos no papel para que eles possam fazer a estratégia e tocar seus negócios”, diz o professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Salomão Ribas, um dos criadores da pré-incubadora. “Ele precisa estar pronto quando, por exemplo, aparece um investidor que quer apostar na sua ideia”, diz.
Como se inscrever
Aos interessados, a segunda turma do DF terá 75 vagas e está com inscrições abertas por meio de formulário online até o próximo domingo (6). O edital sobre a seleção pode ser acessado aqui.
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Fonte: Agência Brasília