Uma força-tarefa atua em Ceilândia para dar uma geral nas bocas de lobo. Estruturas construídas próximas a calçadas, fundamentais para a captação da água, precisam de constante manutenção. E o dever de casa está sendo feito pelo governo. Só naquela cidade, segundo a Administração Regional, cerca de 6,5 mil bueiros foram recuperados de janeiro a maio deste ano.
O trabalho é efetuado por servidores da administração, reeducandos do Programa Mãos Dadas, da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) e uma empresa contratada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Além desse esforço, a manutenção e limpeza dos bueiros também constam da lista de serviços do GDF Presente.
As equipes se dividem pelos diversos bairros de Ceilândia e retiram o lixo dos bueiros fazendo com que a água da chuva não chegue mais às casas de moradores. A limpeza da rede de drenagem faz com que as águas pluviais desemboque, com facilidade, na rede de captação.
Morador da Quadra 40 do Setor M Norte, o assistente administrativo, Renato Rodrigues, 42 anos, revela que a situação mudou por ali. “Eram muitas ruas alagadas, pedestre se molhando ao atravessar”, conta . “Além do que, com os bueiros entupidos, a água não escoava, subia as calçadas e invadia as casas”, completa. Segundo ele, operários da Novacap “passam sempre pelo setor” e hoje não se vê mais água acumulada.
Reforma em alguns casos
Os pontos são mapeados pela administração, que recebe as demandas via Ouvidoria. Além da higienização, recuperam as bocas de lobo com a troca da grelha e reparos nas calçadas. Uma média de 70 toneladas de inservíveis é retirada toda semana das estruturas. A expansão do Setor O é o próximo ponto do roteiro.
“O reparo às bocas de lobo é um serviço que não para na cidade”
Marcelo Piauí, administrador de Ceilândia
“Temos uma das maiores redes de águas pluviais de todo o DF. O lixo e os inservíveis jogados nos bueiros só comprometem o escoamento da água. E, na época de chuvas, piora”, lembra o administrador Marcelo Piauí. “O reparo às bocas de lobo é um serviço que não para na cidade”, avisa. Segundo o gestor, garrafas pet, lixo doméstico, folhagens e objetos danificados são comumente encontrados nos espaços.
Reeducandos com a “mão na massa”
Um time de 50 reeducandos, que estão em processo de ressocialização pelo Mãos Dadas, são um reforço importante na missão. Eles se revezam em Ceilândia para este serviço e outros como recolhimento de entulhos, recuperação de parquinhos e espaços públicos.
O grupo cumpre pena no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) e por meio da prestação de serviços relevantes à sociedade conseguem reduzir suas penas e alcançar a sonhada reinserção na sociedade.
“É um serviço supervisionado por nós da Secretaria. É muito necessário para esses internos que voltam a trabalhar e têm acesso a outros trabalhadores. Tudo isso contribui para a ressocialização”, atesta o supervisor do programa e servidor da Seape, Evilasio Holanda.
Fonte: Agência Brasília