Jornada de Farmácia Clínica aborda empatia, capacitação e gerenciamento

Educação em saúde, gerenciamento e alta hospitalar foram os temas abordados durante a programação desta quinta (8) da 1ª Jornada de Farmácia Clínica e Cuidado Farmacêutico, promovida pela Secretaria de Saúde do DF (SES). Os participantes mostraram a relevância do acompanhamento farmacêutico, que envolve o uso racional dos medicamentos conforme o quadro clínico de cada paciente, e a resposta obtida durante a ministração dos fármacos. Essas questões demonstram a necessidade da segurança do paciente.

“Se eu não me colocar no lugar no próximo, não chego a lugar nenhum”

André Baldoni, professor da Universidade Federal de São João del-Rei

Assim como no primeiro dia do evento, o tema de acompanhamento dos pacientes no campo farmacêutico abriu os debates. O professor André Baldoni, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ-MG), lembrou que o cuidado prestado pelo profissional farmacêutico deve estar centrado na empatia com os pacientes. “Se eu não me colocar no lugar no próximo, não chego a lugar nenhum”, reforçou.

Também da UFSJ, a professora Mariana Linhares Pereira falou sobre a necessidade da ampliação do olhar farmacêutico, detalhando elementos que vão além da questão técnica para chegar ao atendimento bem-sucedido, como a capacitação, o envolvimento dos atores, a regulamentação e demais cuidados. “Precisamos pensar na farmacoterapia de forma organizacional e racional, mas reforçando que o objetivo máximo é melhorar a experiência do paciente pelo uso de medicamentos”, afirmou.

Educação em saúde

“Posso ter muito estudo, o que é muito importante, mas é necessário que eu saiba transmitir; sem isso, de nada vale o meu conhecimento”

Eloá Medeiros, farmacêutica da Secretaria de Saúde do DF

Outro assunto debatido no segundo dia da jornada foi a educação em saúde. Para a professora Angelita Melo, outra representante da UFSJ, o êxito da educação está relacionado a fatores técnicos e interpessoais. “O grau de sucesso vai depender da minha habilidade de fazer uma comunicação interdisciplinar entre meus pares e com o paciente”, apontou.

Ao ressaltar o papel da comunicação no trato com os pacientes, a farmacêutica Eloá Medeiros, da Secretaria de Saúde do DF (SES), relembrou que os pacientes, muitas vezes, ficam longe dos seus lares e familiares quando estão internados, necessitando de tratamento social adequado. “Posso ter muito estudo, o que é muito importante, mas é necessário que eu saiba transmitir; sem isso, de nada vale o meu conhecimento”, alertou.

Gerenciamento e alta hospitalar

Os profissionais ainda debateram os múltiplos aspectos do cuidado farmacêutico, falaram sobre as experiências vivenciadas no ato da alta hospitalar. “Quando falamos sobre medicamentos na alta hospitalar, isso se encaixa num contexto mais amplo”, pontuou a farmacêutica Evelin Soares, da SES. “Devemos pensar além do ambiente hospitalar e no envolvimento com cada paciente em especial”.

Devido à relevância do uso do medicamento, o farmacêutico passa a ocupar espaço importante também na alta hospitalar. Representante da Rede Sarah do Distrito Federal, Jean Vinicius Ocampo falou sobre o farmacêutico navegador, modalidade ainda sem perspectiva de ser posta em prática no Brasil: “Cabe a esse novo tipo de farmacêutico atenção aos exames, resultados e ao monitoramento do paciente, podendo, inclusive, reagendar consultas”.

Gestão farmacêutica

Também houve palestras sobre gerenciamento e indicadores para a gestão farmacêutica. “É preciso identificar o índice de maturidade de gestão, onde ele se encaixa e o seu desdobramento em indicadores no futuro”, lembrou o farmacêutico Leandro Machado, do Hospital da Criança de Brasília (HCB). “Quanto mais experiência e conhecimento houver na gestão, maior será o arcabouço de indicadores”. 

Outro ponto de destaque foi sobre a necessidade de que os dados sejam transformados em informações e, consequentemente, em análises que possam levar a ações. “Não adianta eu ter o dado e não trabalhar nele para que se transforme em informação, e isso é feito por meio da análise crítica – e quem tem que fazer esse tipo de análise é quem levanta os dados”, explicou Leandro.

Ainda no campo de instrumentos indicadores e de dados, o farmacêutico Leandro Magedanz, da SES, destacou: “Precisamos pensar dentro de qual perspectiva, de qual valor em saúde os indicadores refletem, quem vai ser beneficiado, o que isso significa para o paciente e qual o seu valor para o sistema de saúde”.

*Com informações da Secretaria de Saúde do DF 

 

 

Fonte: Agência Brasília

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