Idosos debatem retomada da vida pós-isolamento social no Gama Oeste

Promover debates sobre as experiências vividas durante o isolamento social por conta da covid-19 e a retomada das atividades presenciais são os objetivos do projeto Celebrar a Vida, desenvolvido pelo Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Gama Oeste com adultos e idosos. A unidade é gerida pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).

São três encontros semanais em formato de bate-papo para que o grupo – formado em sua maioria por idosas – possa falar sobre como foi o período de isolamento por causa da pandemia, o que ele sentiu, como era antes e as perspectivas nessa volta ao convívio social.

“O isolamento é uma característica muito presente no público que é atendido aqui na unidade, mais do que questão financeira. Então, eles sentiram muito esse afastamento da família, dos netos, dos amigos aqui do Cecon. E eles não tinham parado ainda para refletir sobre esse momento. Mas a ideia principal desse percurso é oferecer esse espaço para falar sobre perspectivas de futuro, de retomada da vida e como o Cecon pode estimular isso”, conta o educador social Rodrigo Rocha, responsável pelo grupo de idosos que participa do percurso Celebrar a Vida, como são chamados os projetos desenvolvidos nos Cecons.

Cecon Gama Oeste, que atende 164 pessoas, voltou a ter encontros presenciais | Foto: Sedes

Segundo o educador, um dos eventos mais aguardados pelos frequentadores da unidade é a tradicional festa junina, que não é realizada há dois anos. A festa está marcada para o dia 1º de julho. “Durante a pandemia, nós mantivemos o trabalho com eles essencialmente por telefone. Tivemos dificuldade de implementar esse atendimento online, porque muitos não têm celular ou não têm afinidade com a tecnologia para fazer a videochamada. Então, essa volta dos encontros presenciais foi muito importante para eles”, relata. “Nosso público gosta de atividades de mais interação, com dança, música. Eles pediam muito a volta da festa junina, estamos organizando até quadrilha”, destaca Rodrigo.

Cecon Gama Oeste

Atualmente, o Cecon Gama Oeste atende 164 pessoas do chamado grupo intergeracional, composto por adultos e idosos, a partir dos 18 anos de idade. A unidade também atende 26 crianças e adolescentes entre seis e 15 anos de idade.

“Nosso grupo tem muitas idosas, e elas sentiam falta de conversar com a gente, de conversar entre elas. Muitos dos nossos idosos moram sozinhos. O objetivo desse percurso é proporcionar a eles esse momento de reflexão, de troca de experiências e, ao mesmo tempo, fortalecer vínculos”, explica a chefe do Cecon Gama Oeste, Rosana Benício.

O retorno, segundo a gestora, foi positivo. “Nós retomamos em grupos menores, adotando todas as medidas de segurança por causa da covid-19. Tivemos que nos adaptar também. Elas ficaram felizes de poder voltar a frequentar o Cecon e estão muito animadas para a nossa festa junina.”

Cecons

Em Brasília, são 16 Centros de Convivência de execução direta da Sedes, além dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) que prestam o serviço e das entidades parceiras da secretaria.

Os bate-papos são estratégias utilizadas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para incentivar reflexões sobre temáticas específicas e promover integração entre o público atendidos nas unidades.

“Esses bate-papos associados a culminâncias que têm o potencial de promover a convivência entre usuários, familiares e comunidades, como é o caso da festa junina, tem demonstrado ser uma estratégia eficiente para o alcance dos objetivos planejados para os grupos de adultos e idosos, principalmente, depois desse longo período de restrições devido à pandemia. A combinação dessas estratégias tem possibilitado trocas de experiências e a detecção de necessidades e motivações individuais e coletivas, habilidades, talentos e potencialidades para novos projetos de vida, além, é claro, de promover a convivência entre eles”, reforça o diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes, Clayton Andreoni Batista.

O trabalho que é realizado nos Centros de Convivência é organizado em grupos, por faixa etária, com o desenvolvimento das atividades de acordo com as necessidades de cada fase de vida. “Com isso, viabilizamos a troca de experiências, conhecimentos e vivências. São vários projetos realizados ao longo do ano com temáticas diversas, com esse objetivo de prevenir situações de risco social por meio do fortalecimento do vínculo do cidadão com a comunidade onde ele vive”, complementa a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.

*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social

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Fonte: Agência Brasília

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