Ensino de libras, um passo importante para inclusão de surdos na sociedade

A Secretaria da Pessoa com Deficiência promoveu um evento em comemoração ao Dia Nacional do Surdo | Foto: Vinicius de Melo/Agência Brasília

Os cerca de 82,5 mil surdos do Distrito Federal comemoram, neste sábado (26), o Dia Nacional do Surdo. A data, criada para dar visibilidade a uma categoria que luta por oportunidades iguais, foi previamente comemorada nesta sexta (25), durante evento promovido pela Secretaria da Pessoa com Deficiência – a terceira em todo o país. Para ampliar a inclusão dos surdos de forma igualitária na sociedade, a pasta pretende, já a partir do próximo ano, ampliar o ensino da Linguagem Brasileira de Sinais (libras) para a sociedade. “O que diferencia os ouvintes dos surdos é a língua, e, para que sejam incluídos na sociedade, é preciso que todos conheçam a libras, para que possa haver igualdade”, defende a secretária da Pessoa com Deficiência, Rosinha da Adefal.

O que diferencia os ouvintes dos surdos é a língua, e, para que sejam incluídos na sociedade, é preciso que todos conheçam a libras, para que possa haver igualdade”
Rosinha da Adefal, secretária das Pessoas com Deficiência

Segundo dados da própria secretaria, somente no mês passado, foram realizados mais de 500 atendimentos a pessoas surdas, com ajuda de oito intérpretes de libras da pasta. Os servidores são responsáveis por acompanhar os surdos em serviço público para qualquer atividade da vida cotidiana. A dependência dos intérpretes, porém, reflete uma outra luta que a secretaria está empenhada em vencer: a da divulgação do ensino de libras para toda a sociedade.

Libras, de acordo com a Secretaria da Pessoa com Deficiência, é a segunda língua oficial do país, num Brasil onde existem cerca de 10 milhões de surdos. “Para falar de inclusão, de direitos iguais, de garantia no mercado de trabalho, é preciso avançar na divulgação de libras para todos”, defende a gestora da Escola Bilíngue de Taguatinga, Clissineide Rodrigues. “Todos nós temos a responsabilidade para que a pessoa surda seja realmente incluída”, ressalta Rosinha da Adefal.

O vice-governador Paco Britto destaca o empenho do GDF em dar autonomia para que a pasta consiga as conquistas tão almejadas por essa comunidade. “O governador Ibaneis Rocha é muito sensível à causa, e a secretaria, que foi criada pequena, hoje já está bem maior, com mais espaços e com grandes avanços”, afirma. “Era um desejo antigo, e, depois de 60 anos da cidade, as pessoas com deficiência foram ouvidas pelo governo e a secretaria foi criada”, pontua Rosinha da Adefal. O deputado distrital Iolando – primeiro secretário da Pessoa com Deficiência do DF e um dos entusiastas da criação da pasta – também lembra da dificuldade para a criação da secretaria em governos anteriores. “Achei que essa semente nunca iria geminar”, conta.

Máscaras especiais

Durante o evento de pré-comemoração ao Dia Nacional do Surdo, o Comitê Todos Contra a Covid, coordenado pelo vice-governador, entregou 400 máscaras especiais que facilitam a leitura labial. A doação do material foi feita por uma comissão formada por mais de 2.200 aprovados para o cargo de secretário escolar, da Secretaria de Educação (SEE), enquanto a confecção dos itens de segurança ficou a cargo da Fábrica Social do GDF.

A coordenadora da comissão, Sol Ferreira, explica que as máscaras, feitas em tecido com acetato, facilitam a leitura labial e não escondem o rosto – o que, para crianças deficientes, surdos e autistas, é extremamente importante neste momento. A comissão de aprovados já doou mais de 2 mil máscaras para surdos, intérpretes de libras e autistas severos em ocasiões anteriores. A entrega das máscaras foi feita pelo vice-governador e sua esposa, Ana Paula Hoff.

Fonte: Agência Brasília

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