Os primeiros resultados do Diagnóstico e Técnicas de Tratamento de Efluentes – Remediação do Antigo Lixão da Estrutural, consultoria contratada pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema), serão apresentados nesta quinta-feira (10), das 9h às 17h30, em workshop que, devido à pandemia, se dará em ambiente virtual. A inscrição on-line é gratuita e pode ser realizada neste link até esta quarta-feira (9).
O evento é voltado aos gestores públicos e representantes da academia, de instituições de pesquisa e do terceiro setor. O objetivo é gerar subsídios para que o GDF defina a melhor forma de descontaminação da área.
O estudo indica que a contaminação dos recursos hídricos subterrâneos e a produção de gases de efeito estufa são os principais problemas ambientais advindos do funcionamento do Lixão da Estrutural.
De acordo com o titular da Sema, Sarney Filho, o GDF está comprometido em definir a extensão da pluma (jato de dispersão atmosférica) de poluentes em direção ao Parque Nacional de Brasília e aos cursos hídricos que abastecem o DF, no sentido de dimensionar o problema e escolher as tecnologias adequadas para a remediação dos danos. “Queremos saber, ainda, a quantidade de chorume gerado e os níveis de contaminação dos solos e dos gases de efeito estufa emitidos diariamente, considerando-se a proximidade da área contaminada com áreas de adensamento populacional, como a Vila Estrutural”, afirma o secretário.
No evento serão apresentados dados de contaminação da área, levantados no período de um ano. A partir deles será possível verificar o alcance e o estado da pluma de contaminação em águas superficiais e subterrâneas, solo e ar. A partir dessas informações serão definidos projetos-piloto para tratamento dos contaminantes, no sentido de diminuir o passivo ambiental na área.
A programação prevê também a apresentação de práticas e técnicas consagradas em aplicadas por empresas para a recuperação de áreas degradadas e sobre os aspectos e fatores que devem ser considerados na estratégia para gerenciamento dos passivos no antigo Lixão da Estrutural.
Remediação
O coordenador técnico do estudo, professor Eloi Campos, do Departamento de Hidrogeologia e Geologia Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), explica que as ações de remediação devem se concentrar no tratamento do chorume; na fitorremediação com plantio de espécies nativas e exóticas, que possam reter metais identificados no solo; e no enclausuramento do chorume para evitar que continue se espalhando, além do uso dos dados na elaboração do Projeto de Recuperação da Área Degradada (Prad).
A Sema assumiu os estudos voltados para o Diagnóstico Ambiental, já que não existiam dados oficiais do Governo do DF sobre a situação de contaminação da região. Os estudos começaram em 2019 e se estenderão até meados de 2021, com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) contratada para o projeto executado por especialistas da UnB.
A ação integra o CITinova-Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis, projeto multilateral elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (Mctic). Executado pela Sema, o programa tem financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e gerido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
Antigo Lixão da Estrutural
A erradicação dos lixões está entre os objetivos da Política Distrital de Resíduos Sólidos (Lei n° 5.418 de 24, de novembro de 2014). Já o Plano Distrital de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PDGIRS), publicada em 2018, definiu entre suas metas a elaboração de estudos e projetos para a remediação do aterro controlado do Jóquei (antigo Lixão da Estrutural), no prazo de quatro anos. O objetivo é a reversão dos problemas ambientais gerados pela deposição irregular dos resíduos sólidos no local, uma situação que foi se agravando por mais de 50 anos.
O recebimento de resíduos sólidos urbanos no antigo Lixão da Estrutural foi encerrado em janeiro de 2018. Parte da área de 200 hectares recebeu licenciamento para receber materiais inertes provenientes da construção civil.
* Com informações da Secretaria de Meio Ambiente
Fonte: Agência Brasília