Uma delegação sul-africana visitou, na quarta-feira (19), a Escola Classe (EC) Monjolo, localizada na zona rural de Planaltina, para conhecer como o Programa de Alimentação Escolar do Distrito Federal (PAE/DF) é implementado na prática. A escola, referência em alimentação saudável, apresentou à comitiva o trajeto dos alimentos, desde o plantio até o prato dos estudantes.
A unidade destaca-se entre as escolas públicas do DF pelos projetos de alimentação saudável. A EC Monjolo conta com uma horta que fornece frutas como amora, morango e jabuticaba, além de vegetais como alface. Outro destaque é o projeto do álbum de figurinhas alimentares, no qual os estudantes aprendem sobre o valor nutricional dos alimentos e preenchem o álbum conforme são experimentados.

Os visitantes foram recepcionados pela escola com uma variedade de alimentos, incluindo frutas, verduras e hortaliças produzidas por agricultores locais, para mostrar à delegação o que é cultivado na região. A recepção também contou com uma apresentação musical das alunas Yasmin Araújo, de 8 anos, e Ada Maria Oliveira, de 6, que cantaram “Bênçãos que não têm fim”, de Isadora Pompeo. A diretora Vânia Maria Braga se emocionou ao receber os visitantes.
“Estamos emocionados em compartilhar com vocês o nosso projeto de alimentação saudável, desenvolvido para promover a saúde e o bem-estar dos nossos estudantes. Queremos agradecer por estarem aqui e por experimentarem um pouco da nossa culinária brasileira, que servimos todos os dias aos nossos alunos.”
A nutricionista Juliene Moura, responsável técnica pelo Programa de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação do DF, destacou a importância da troca de experiências entre os países. “O DF tem uma excelente parceria com a agricultura familiar, o que facilita uma alimentação mais saudável. Ao receber delegações, também aprendemos sobre práticas adotadas fora do Brasil. Somos uma referência mundial em alimentação escolar, e outras delegações internacionais já nos visitaram”, explicou.

Identificando novos sabores
Com o objetivo de sensibilizar os alunos a melhorarem a alimentação, a escola propõe formas diversificadas de inserir os alimentos na rotina. A professora Lucilei Martins, docente há 28 anos e responsável por diversos projetos de alimentação saudável, exemplifica como despertar essa curiosidade nos alunos.
“O tema da alimentação escolar está integrado de maneira transversal ao currículo da escola, mas muitas vezes a abordagem se limita ao livro didático. Por isso, começamos a explorar outras formas. Há cerca de 15 dias, fiz uma atividade de experimentação: vendava os olhos dos alunos e levava alimentos dos quais eles diziam não gostar. Com isso, trabalhei sobre papilas gustativas e eles passaram a perceber novos sabores”, explica a professora.
Referência
A Escola Classe Monjolo atende cerca de 100 estudantes e serve duas refeições de manhã e duas de tarde. A coordenadora da Regional de Ensino (CRE) de Planaltina, Raíssa Monteiro, também acompanhou a visita da delegação. “Fico muito feliz de estar aqui, pois a Monjolo é uma escola onde o pedagógico funciona muito bem. É uma escola premiada pelos seus projetos e ter esse reconhecimento é gratificante”.
Os visitantes aproveitaram cada momento compartilhado com os estudantes, e alguns alunos até arriscaram o inglês com os estrangeiros. Mpho Putu, integrante da delegação da África do Sul, declarou: “Viemos aprender com o Brasil, pois, assim como aqui, nosso país também tem desigualdades. Lá também temos um bom projeto de nutrição, e o programa nacional alimenta cerca de 9 milhões de crianças todos os dias, mas oferecemos apenas uma refeição por dia”.
*Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
Fonte: Agência Brasília