Na jornada pelo ensino de qualidade e inclusivo, histórias inspiradoras desafiam estigmas e provam que a educação e a determinação podem superar qualquer obstáculo.
A trajetória da ex-aluna da rede pública e hoje professora de inglês Viviane Queiroz é um exemplo vívido de tal superação. Ela é deficiente visual e destaca a importância da educação como protagonista da sua história, desde a educação inclusiva, na infância, até a aprovação e nomeação no concurso da SEEDF.
Para a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, ter profissionais como a professora Viviane é fortalecer a cultura da inclusão na pasta. “Dar posse à professora Viviane significa fortalecer a cultura organizacional da Secretaria de Educação, dando exemplo de como a diversidade e a inclusão vêm ganhando espaço e respeito. É um ‘case’ de sucesso. De aluna da rede pública a servidora. Ou seja, a educação inclusiva melhora a educação de todos, estabelece a igualdade de possibilidades e oportunidades, gerando impactos positivos em vários fatores da sociedade.”
Viviane sempre estudou em escola pública e se formou em letras pela Universidade de Brasília. Em seguida, começou a prestar concursos e participar de processos seletivos, tendo sido aprovada duas vezes para ser professora temporária e uma vez no concurso para efetiva.
Antes de ser nomeada para o cargo de professora efetiva, ela ministrou aulas de inglês no CEM 02 do Gama, em uma turma regular. O diretor da unidade, Tom Alves, revela que os alunos ficaram um pouco apreensivos em ter uma professora com deficiência em sala, mas depois, com o tempo, eles percebem o domínio dela sobre o assunto, a didática. “A empatia aconteceu e ela ganhou a confiança de todos”, contou.
No fim de 2023, ela foi uma das 776 pessoas nomeadas para os quadros efetivo de magistério e apoio à educação da SEEDF. Por sempre ter estudado em escola pública, ela conta que sonha em dar aulas a alunos com deficiência visual na rede pública.
“Eu vou tomar posse agora e depois e pretendo me aperfeiçoar, porque eu tenho intenção de contribuir com os meus pares, com as pessoas com deficiência visual. Então, meu objetivo é dar aula no Centro de Ensino Especial para Deficientes Visuais (CEEDV).”
A história da professora Viviane ressalta a importância de se criar ambientes educacionais que acolham todas as diferenças, proporcionando oportunidades iguais para todos os alunos, independentemente de suas capacidades físicas.
“Eu acredito que no CEEDV eu vou fazer a diferença na vida de muita gente que precisa. Porque as pessoas com deficiência chegam à escola com depressão, com muita resistência, e, se não tiver profissionais capacitados para acolher esses estudantes, eles podem simplesmente desistir. Então acredito, sim, que lá eu vou fazer muito, vou poder contribuir com os estudantes que têm deficiência visual.”
Em 2023, o CEEDV contou com cerca de 500 alunos matriculados e um time de professores especializados para alfabetização em Braille, língua portuguesa escrita, sorobã, atendimento psicológico, fonoaudiológico, avaliação psicopedagógica, além de aulas de música, natação, educação física e artes cênicas.
Faz parte da missão da SEEDF implementar políticas educacionais que visem potencializar o desenvolvimento dos alunos e equalizar as oportunidades de acesso e permanência à educação pública e de qualidade.
Educação Inclusiva na Rede
A Educação Especial é uma modalidade de ensino ofertada nas unidades escolares regulares e nas especializadas: os Centros de Ensino Especial (CEE), o Centro de Ensino Especial para Deficientes Visuais (CEEDV), o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), o Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) e a Escola Bilíngue Libras Português Escrito.
A educação especial é garantida aos estudantes com deficiências, transtorno do espectro autista (TEA), altas habilidades/superdotação (AH/SD), bebês e crianças de 0 a 4 anos do Programa de Educação Precoce.
Todas as escolas da rede pública de ensino do DF que ofertam a educação básica e as instituições educacionais parceiras são inclusivas, ou seja, se organizam para ofertar a cada estudante, independentemente de etnia, sexo, idade, deficiência, condição social ou qualquer outra situação, um ensino significativo, que reconhece e respeita as diferenças e responde a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.
*Com informações da SEEDF
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Fonte: Agência Brasília