Alfabetização na idade certa ganha impulso de R$ 2 bi com novo programa

Iniciativa do governo federal foi lançada no Palácio do Planalto com a adesão do GDF. Destaque na educação pública, Distrito Federal tem o menor índice de analfabetos do país

O governador Ibaneis Rocha participou nesta segunda-feira (12) do lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, programa do governo federal com o objetivo de garantir que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental. A iniciativa terá investimento de R$ 2 bilhões em quatro anos.

Além da alfabetização na idade correta, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), o programa vai trabalhar na recomposição das aprendizagens, prejudicadas pela pandemia de covid-19.

O programa foi lançado e detalhado durante evento no Palácio do Planalto pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

Para o governador Ibaneis Rocha, o retorno de cada centavo investido na educação é incalculável. “A educação transforma a vida das pessoas, traz oportunidades e amplia a visão de mundo. Diria que a alfabetização é o pilar do ensino na vida de um aluno, e iniciativas nesse sentido contam com o nosso apoio”, destacou o chefe do Executivo.

Em seu discurso, o presidente Lula falou em resgatar e melhorar a qualidade do ensino público. “Não melhorou de acordo com a necessidade da população. Tem quem gaste quase metade do salário para garantir que o filho estude na rede particular porque a rede pública ainda não garante que o ensino seja perfeito para o nosso povo. Queremos dar um passo para que as crianças saiam preparadas no ensino fundamental”, afirmou.

DF tem a menor taxa de analfabetismo do país

Secretária de Educação, Hélvia Paranaguá: “Esse é um projeto que a gente quer muito aplicar e quer ver ampliado no país todo”

No Brasil, o DF é a Unidade da Federação com o menor percentual de pessoas analfabetas de 15 anos ou mais. É o que revelou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada na última semana. ‌

Em 2022, a capital da República tinha 47 mil pessoas dessa faixa etária iletradas, o que equivale a uma taxa de 1,9% de analfabetos – bem abaixo da registrada no Brasil, de 5,6%, e de estados em que esse percentual está próximo a 15%. A rede pública de ensino do DF tem cerca de 472 mil estudantes distribuídos em 827 escolas.

“O DF tem um índice baixo de analfabetismo, mas é importante ressaltar que a criança tem que ser alfabetizada na idade certa. Um ano que ela sai da escola, que ela evade, já fica com a distorção idade/ano. Isso é ruim porque ela vai levando essa distorção para o resto dos seus dias escolares, então esse é um projeto que a gente quer muito aplicar e quer ver ampliado no país todo”, avalia a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.

“Diria que a alfabetização é o pilar do ensino na vida de um aluno, e iniciativas nesse sentido contam com o nosso apoio”Ibaneis Rocha, governador

A alfabetização tem efeitos econômicos e até na saúde pessoal em todos os estados, municípios e DF. Pesquisa do Instituto Insper, de 2017, revelou que uma pessoa alfabetizada tem o dobro da renda de uma não alfabetizada, 26% mais chances de obter um trabalho formal e 11% mais chances de ter uma boa saúde.

“A leitura é fundamental, é o pilar e a base de tudo. A educação parte exatamente em cima da alfabetização. A criança já tem aquele momento na pré-escola da socialização, mas o ato de ser alfabetizado é a abertura para o mundo, é maravilhoso”, acrescenta Hélvia Paranaguá.

No cenário mundial, o país tem um longo caminho a percorrer. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil ficou à frente de apenas cinco países em avaliação internacional de alfabetização, aplicada em 65 nações.

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