Foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quinta-feira (21/08) a Resolução nº56 da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), que estabelece, de forma permanente, os estados hidrológicos para o monitoramento dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria.
Com a nova norma, as curvas de referência deixam de ser fixadas em resolução e passam a ser publicadas em boletins periódicos, sustentadas por um conjunto estruturado de parâmetros e critérios que permite interpretar os números, contextualizar os cenários e antecipar medidas de gestão.
Nesse cenário, os estados hidrológicos – Verde, Amarelo e Vermelho – definem as condições de operação e de uso da água conforme o volume útil mensal de cada reservatório. No Verde, não há restrição aos usos outorgados; no Amarelo, podem ser adotadas medidas como alocação negociada de água, intensificação da fiscalização e campanhas de consumo consciente; e no Vermelho, são ampliadas as possíveis ações de gestão, incluindo a declaração de situação crítica de escassez hídrica e a imposição de maiores restrições de uso.
Para o superintendente de Recursos Hídricos da Adasa, Gustavo Carneiro, essa mudança representa um salto de qualidade na gestão. “Agora as curvas passam a ter um arcabouço técnico. Os estados hidrológicos funcionam como um guia estratégico, que dá sentido aos números e permite à gestão se antecipar a possíveis problemas. É um modelo que não se limita ao monitoramento, ele projeta cenários e aciona respostas antes que a situação se agrave, garantindo mais segurança para o abastecimento e para os múltiplos usos da água”, afirma.
Gustavo destaca que essa metodologia já foi aplicada com sucesso na bacia do Pipiripau e, mais recentemente, no Jardim e no Extrema, onde possibilitou maior previsibilidade nas ações e melhor articulação entre usuários e órgãos gestores, evitando conflitos pelo uso da água e reduzindo riscos de desabastecimento.
Os valores de referência para o ciclo 2025/2026 já foram definidos e serão divulgados no primeiro boletim técnico da Adasa após a publicação da norma. Para o reservatório do Descoberto, por exemplo, a curva inicia em 84% de volume útil em julho, caindo gradualmente até 47% em novembro e dezembro. Já no Santa Maria, a curva começa em 79% em julho, chega a 63% em outubro e encerra o ano em 68%.


O novo modelo garante mais agilidade e capacidade de adaptação às condições climáticas e operacionais. A população poderá acompanhar, em tempo real, os volumes úteis observados, as curvas de referência e os estados hidrológicos pelo Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Distrito Federal (SIRH), disponível no site da Adasa, além dos boletins periódicos.
A Agência reforça que o volume dos reservatórios depende de fatores como a precipitação nas áreas de recarga, vazões afluentes e padrões de consumo. Por isso, manter hábitos de uso racional da água – como reparar vazamentos, aproveitar fontes alternativas e denunciar usos irregulares – é fundamental para garantir a segurança hídrica no Distrito Federal.
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Fonte: ADASA