O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu, em audiência de custódia nesta terça-feira (24), manter a prisão de Daniel Silveira. O ex-deputado, que estava em regime semiaberto desde outubro deste ano, foi preso nesta terça-feira pela PolÃcia Federal, depois de descumprir termos da liberdade condicional, segundo o ministro.Â
Em seu despacho, Moraes diz que Silveira teve a oportunidade de, na audiência de custódia, esclarecer as razões do descumprimento dos termos da liberdade condicional, mas decidiu omitir sua estada no outro endereço residencial.
“Dessa maneira, fica patente que o sentenciado tão somente utilizou sua ida ao hospital como verdadeiro álibi para o flagrante desrespeito à s condições judiciais obrigatórias para a manutenção do seu livramento condicional”, escreveu Moraes, em sua decisão.
Moraes não apenas manteve a prisão, como determinou que o ex-deputado retornasse ao regime fechado. Após audiência de custódia, ele foi transferido para a unidade de Bangu 8, localizada no Complexo de Gericinó.Â
Silveira havia sido solto por decisão do próprio Moraes na última sexta-feira (20), mas segundo o ministro, Silveira ficou fora de casa na noite de sábado (21) e no inÃcio da madrugada de domingo (22). Por isso, sua liberdade condicional foi revogada e ele foi levado para a Cadeia Pública de Benfica, na zona norte do Rio.
Descumprimento
A liberdade de Silveira estava atrelada ao fato de que o ex-deputado não se ausentasse de casa, em Petrópolis, na região serrana fluminense, no perÃodo das 22h à s 6h, em qualquer dia, sem autorização judicial. Mas, no sábado, ele saiu de casa e só voltou à s 2h16 do domingo.
A defesa argumentou que Silveira precisou de atendimento médico de emergência para tratar de uma crise renal e, por isso, não foi possÃvel pedir autorização para o Judiciário. Os advogados informaram que Silveira ficou no hospital das 22h59 de sábado à 0h34 de domingo.
No despacho em que mantém a prisão, Moraes mostrou a movimentação de Silveira, com base no GPS da tornozeleira eletrônica.
Segundo o ministro, Silveira saiu de casa à s 20h52 e se dirigiu para um outro endereço em um condomÃnio residencial no mesmo municÃpio, onde permaneceu até as 21h30. Só então ele se deslocou para o hospital, também em Petrópolis, ficando ali das 22h16 até 0h44 do dia seguinte.Â
Ao sair do hospital, Silveira teria se dirigido até o condomÃnio onde estava antes, permanecendo ali até 1h54. Ele só chegou em casa à s 2h16.
Defesa
O grupo de advogados que defendem Silveira divulgou, no fim da tarde, uma nota à imprensa em que considera a decisão de Moraes “desproporcional, arbitrária, ilegal e irracional”. Eles informam ainda que o descumprimento dos termos do livramento condicional foi justificado.
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*Matéria ampliada às 17h30 para acrescentar posicionamento da defesa de Silveira
Fonte: Agência Brasil