O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), reagiu com veemência à recomendação emitida pelo governo dos Estados Unidos, que orienta seus cidadãos a evitarem quatro regiões administrativas do DF. Para Ibaneis, a medida é “sem nenhum tipo de embasamento” e representa um ataque injusto à população dessas áreas.

O governador foi além e cobrou uma retratação do Presidente Donald Trump, apontado por ele como responsável indireto pela onda de desinformação que ainda influencia decisões como essa.

“Trump precisa se desculpar por esse tipo de fala sem fundamento, que estigmatiza comunidades inteiras. Não aceitaremos que tratem nossas regiões com desprezo e preconceito”, disparou Ibaneis, ao comentar a recomendação feita pelo Departamento de Estado dos EUA.

O alerta é direcionado a funcionários norte-americanos que trabalham no Brasil e recomenda que não frequentem Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá, alegando risco de “crime e sequestro”. Para visitar essas localidades, os servidores precisam de autorização especial.

Ibaneis classificou a advertência como exagerada e generalista, ressaltando que essas regiões fazem parte da rotina de milhares de brasilienses e concentram projetos sociais, atividades econômicas e importantes investimentos públicos.

“Não podemos permitir que nos rotulem com base em critérios obscuros e preconceituosos. Essas cidades são berço de cultura, trabalho e resistência”, afirmou.

A declaração do governador reacende o debate sobre segurança pública e os estigmas internacionais relacionados às periferias brasileiras. Enquanto o GDF amplia a presença do Estado com obras, escolas, policiamento e serviços públicos, alertas como esse contribuem para a desvalorização e a marginalização de territórios historicamente esquecidos.

Até o momento, a embaixada dos Estados Unidos não se pronunciou oficialmente sobre a resposta do governador do Distrito Federal.

Cris Oliveira com informações site Metrópoles