Desde 2015, mais de 10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, segundo um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Este número reflete a entrada em vigor da lei que criou a tipificação para esse crime.
Em 2023, houve um recorde com 1.463 mulheres mortas em decorrência de sua condição de gênero, o maior número registrado na série histórica do FBSP. Estados como Mato Grosso, Acre, Rondônia e Tocantins apresentaram as maiores altas nas taxas de feminicídio.
São Paulo registrou 221 casos de feminicídio em 2023, um aumento de 13,3% em relação ao ano anterior.
A diretora-executiva do FBSP, Samira Bueno, enfatiza que esses números indicam um crescimento contínuo da violência de gênero no Brasil. Ela ressalta a necessidade de o combate à violência contra a mulher se tornar uma prioridade na agenda governamental.
O levantamento revela que 18 estados apresentaram taxas de feminicídio acima da média nacional, que foi de 1,4 morte para cada grupo de 100 mil mulheres em 2023.
Para realizar este estudo, os pesquisadores do FBSP consultaram as secretarias estaduais de Segurança Pública, o banco de dados oficial do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, e os dados populacionais fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O FBSP, uma organização não-governamental, apartidária e sem fins lucrativos, foi fundado em março de 2006 com o objetivo de promover a cooperação técnica na área de segurança pública em todo o país. Composto por profissionais de diversos setores, o FBSP busca o aprimoramento técnico da atividade policial e a promoção da governança democrática da segurança pública.