Neste domingo, 16 de março de 2025, a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi palco de uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O ato teve como principal pauta a defesa da anistia para os condenados pelos ataques aos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Apesar da expectativa de uma grande mobilização, a participação popular foi menor do que em eventos anteriores.

De acordo com estimativas de institutos de pesquisa independentes, aproximadamente 18 mil pessoas estiveram presentes no auge do ato. Esse número é inferior a manifestações anteriores organizadas pelo ex-presidente, o que levanta questionamentos sobre sua capacidade de mobilização no cenário político atual.

Durante seu discurso, Bolsonaro reafirmou sua inocência diante das acusações de tentativa de golpe de Estado e fez críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mencionando o que chamou de “mão pesada” da Justiça Eleitoral durante as eleições de 2022. O ex-presidente também garantiu que não pretende deixar o país, mesmo diante da possibilidade de uma eventual condenação.

“Não vou sair do Brasil. Minha vida estaria muito mais tranquila se eu estivesse ao lado deles”, declarou Bolsonaro, em referência aos seus adversários políticos.

Além do ex-presidente, o evento contou com a presença de governadores aliados, como Cláudio Castro (RJ), Tarcísio de Freitas (SP), Jorginho Mello (SC) e Mauro Mendes (MT). Todos reforçaram o apoio à pauta da anistia e defenderam a necessidade de união da base bolsonarista para pressionar o Congresso Nacional a aprovar um projeto de lei que perdoe os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

O governador Tarcísio de Freitas, considerado um dos principais aliados de Bolsonaro, afirmou estar confiante na aprovação da anistia. Segundo ele, a mobilização política será essencial para garantir os votos necessários no Congresso.

Apesar da defesa apaixonada da anistia pelos apoiadores presentes, especialistas apontam que a proposta enfrenta forte resistência dentro do Judiciário e de parte do Legislativo. O STF já condenou dezenas de envolvidos nos ataques aos Três Poderes a penas severas, e novos julgamentos seguem em andamento.

A manifestação em Copacabana demonstrou que Bolsonaro ainda mantém um grupo fiel de apoiadores, mas também evidenciou desafios para sua influência política, especialmente diante da perda de força nas ruas e da sua inelegibilidade. A mobilização por anistia continua, mas seu desfecho ainda é incerto.

Redação