Há anos que a telemedicina no Brasil vem sendo discutida como uma boa opção, mas não foi realmente implementada. São várias as restrições quanto ao uso desse tipo de atendimento, mas elas diminuíram consideravelmente durante a pandemia do Coronavírus.

Isso graças a um parecer da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Por causa da necessidade de distanciamento social, a agência viu a telemedicina como uma oportunidade de manter o cuidado com a saúde das pessoas, mas à distância.

Mesmo assim, a resolução é temporária, e a previsão é que ela seja revogada logo após o fim da pandemia. A norma até então definitiva sobre o assunto é do Conselho Federal de Medicina, de 2002, que limita consideravelmente esse tipo de atendimento.

A dúvida é se, passada a pandemia, o uso da técnica poderá contar com novas regras. A seguir, falamos mais sobre a telemedicina, suas vantagens e desvantagens. Também contamos porque especialistas consideram-na uma boa opção para o pós-pandemia.

O que é a telemedicina e como ela funciona no Brasil?

A telemedicina nada mais é do que uma forma de atendimento à distância dos pacientes. Ela é realizada por meio de várias tecnologias.

Essas tecnologias incluem o computador, videochamada e outras opções que permitem o contato entre médico e paciente, sem que eles estejam no mesmo ambiente.

A telemedicina pode ser aplicada para assistência, prevenção de doenças e lesões, promoção à saúde, e ainda para Educação e Pesquisa.

Com ela, mesmo pacientes e médicos em cidades completamente diferentes podem se comunicar. A distância não atrapalha o atendimento.

Além da assistência prestada pelo especialista, a telemedicina valida receitas, pedidos de exames e atestados. Todos são válidos de forma digital. Ou seja, o paciente pode usar os documentos mesmo que não tenha a versão física dele. Mas é preciso que eles sejam reconhecidos com uma assinatura digital feita pelo Certificado Digital (ICP-Brasil) do médico.

Em todo o caso, a ANS indica que as situações de emergência e urgência devem ter ainda atendimento presencial. Esse cuidado será essencial para o bem-estar do paciente.

Ou seja, a consulta à distância não elimina a necessidade de consultas presenciais. Mas pode ser uma alternativa interessante quando o quadro de saúde é simples, ou quando o atendimento é apenas para acompanhamento.

Vantagens e desvantagens da telemedicina

São vários os pontos interessantes da telemedicina, mas outros acabam sendo desvantajosos neste tipo de atendimento. A seguir, falamos um pouco sobre o assunto.

Economia com transporte

Com a telemedicina, o paciente não precisa se deslocar a uma clínica ou hospital para ser atendido. Então, ele economiza com seu transporte, podendo usar o dinheiro em outras despesas. Essa é uma vantagem interessante especialmente para as famílias de baixa renda.

Ao mesmo tempo, há a economia de tempo gasto no transporte. Em vez de ficarem presos no trânsito, médico e usuários podem fazer tudo em frente a uma tela.

Agilidade no atendimento

De novo, já que o atendimento é feito por meio on-line, o atendimento é mais rápido. Por exemplo: em vez de o usuário ficar esperando pelo atendimento no hospital, ele apenas vai acessar o canal de comunicação no momento da consulta.

Assim, com o restante do tempo que ele ficaria esperando normalmente, poderá utilizar para outras coisas. Inclusive para seu trabalho, em vez de precisar utilizar um atestado médico para horas.

Acompanhamento mais próximo à saúde

Fazer o acompanhamento da sua saúde à distância é mais cômodo ao paciente. Então, torna-se mais simples realizar várias consultas e administrar problemas crônicas de saúde com a ajuda do especialista.

Acesso ao atendimento por especialistas

Nem sempre uma cidade conta com atendimento de todos os especialistas médicos. Especialmente no interior do Brasil, em que o acesso dos médicos pode ser mais difícil.

A telemedicina supera essas dificuldades, uma vez que o atendimento dos pacientes pode ser feito à distância.

Necessidade de proteção de dados

Apesar de todas as vantagens da telemedicina, há pontos não tão interessantes nesse tipo de atendimento. Começando pela necessidade de proteger os dados do paciente.

É preciso, por exemplo, atender à legislação no uso de imagem e registro sigiloso em prontuário eletrônico. Assim como a gravação apenas com autorização dos participantes e mais. Então, é um cuidado a mais necessário pelos médicos.

Restrições tecnológicas

Uma vez que a telemedicina é feita por meios on-line, ela pode esbarrar nas dificuldades de acesso a uma boa conexão. 

Pode ser que a internet tenha um sinal ruim, ou mesmo que os pacientes não tenham acesso a ela. Nesses casos, o atendimento à distância fica prejudicado.

Necessidade de treinamento adicional

Para atender pelos meios on-line, os médicos precisam passar por um novo treinamento. Não apenas para aprenderem a utilizar as ferramentas disponíveis, mas também para aproveitá-las da melhor forma.

Esse treinamento adicional ainda vai cuidar para que os dados do paciente sejam preservados. E claro, para que os usuários tenham o melhor cuidado em saúde, mesmo que à distância.

O que vai acontecer com a telemedicina após o Covid-19?

Por causa da necessidade de distanciamento social, provocada pela pandemia do Coronavírus, a telemedicina ganhou uma norma temporária no Brasil e foi amplamente utilizada.

Aliás, não apenas os médicos passaram a utilizar os meios on-line para atendimento. Além dos Clínicos Gerais, Pediatras, Geriatras e outros, Nutricionistas, Psicólogos e mais profissionais migraram para o meio on-line.

Especialistas acreditam que a telemedicina deve se tornar uma tendência após a pandemia do Coronavírus.

Afinal, se ela conseguiu atender os pacientes durante o período de isolamento, também pode fazer isso depois.

Mas será preciso que o Conselho Federal de Medicina defina novas regras, para substituir as de 2002. Além disso, médicos e ferramentas vão precisar de atualização, já que é necessário treinamento e equipamento adequado para esse tipo de atendimento.

Inclusive para que a telemedicina seja implementada de maneira eficaz no SUS (Sistema Único de Saúde). O SUS é a garantia de acesso à saúde para a maior parte da população brasileira.