O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) recebeu o reconhecimento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) pela excelência nos cuidados voltados à saúde materno-infantil. Durante visita técnica realizada na última quinta-feira (3), representantes da SES acompanharam de perto a rotina do Centro Obstétrico e outras áreas que compõem a linha de cuidado a gestantes e recém-nascidos.
Na ocasião, a superintendente Eliane Abreu apresentou a exposição “Boas Práticas de Atenção ao Parto e Nascimento – Hospital Regional de Santa Maria”, destacando os resultados, avanços e a vocação da unidade para atendimentos de alto risco, com foco na segurança, acolhimento e bem-estar de mães e bebês.
“Durante muito tempo, fomos vistos como um hospital de perfil geral. Mas temos uma linha materno-infantil robusta, que agora ganha identidade própria. Nosso foco é entregar um cuidado especializado, estruturado e sensível às gestantes e seus filhos. E isso só é possível com um time engajado e boas práticas consolidadas” reforça Eliane.
Estrutura completa e atendimento especializado
Com 410 leitos, o HRSM oferece diversas especialidades, mas o Pronto Atendimento Obstétrico (PACO) se destaca pela complexidade e alto volume de casos. A unidade dispõe de 12 leitos PPP (pré-parto, parto e pós-parto), além de espaços para observação e estabilização materna. Já o Centro Cirúrgico Obstétrico (CCO) conta com três salas cirúrgicas e leitos de recuperação pós-anestésica.
A maternidade, localizada no quarto andar do hospital, oferece 40 leitos de alojamento conjunto, 10 para gestantes de alto risco e um de isolamento.
A equipe multiprofissional da linha materno-infantil é formada por ginecologistas, neonatologistas, anestesistas, enfermeiros obstetras, fisioterapeutas, emergencistas, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e outros especialistas.
Um dos diferenciais da unidade é a atuação dos fisioterapeutas 24 horas por dia, especialmente durante o trabalho de parto normal. Priscila Pinheiro, chefe do Serviço do Centro Obstétrico, destacou a importância desse suporte.
“Eles estão presentes para amenizar a dor, humanizar o acolhimento e oferecer técnicas de analgesia não farmacológica, adaptadas a cada fase do trabalho de parto. Já tivemos casos em que intervenções fisioterapêuticas evitaram cesáreas, corrigindo assimetrias e favorecendo o posicionamento do bebê”. explica.
Outro destaque da estrutura é o Banco de Leite Humano (BLH), que funciona com equipe qualificada e estrutura completa. O hospital está em busca do selo Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), reconhecimento nacional pelas boas práticas no incentivo à amamentação.
“Essa conquista vai ser só uma formalização, pois as ações já vêm acontecendo há algum tempo afirma Geisielle Cavalcante, coordenadora da IHAC no HRSM.
Números que demonstram avanço
Os indicadores apresentados durante a visita impressionam. Entre o primeiro semestre de 2024 e o mesmo período de 2025, os atendimentos obstétricos aumentaram 10,64%, somando 12.574 registros. Apesar do crescimento da demanda, a taxa de internação caiu, indicando maior resolutividade nos atendimentos.
Outro dado relevante foi a redução de 41% no tempo de espera entre a chegada da paciente e o primeiro atendimento médico, mesmo com um aumento de 30% no número de pacientes.
De janeiro a junho de 2025, o hospital realizou 1.906 partos, 51% normais e 49% cesáreas. A taxa de infecção pós-cesárea permaneceu baixa, e houve ampliação do protagonismo das enfermeiras obstetras, além de melhorias estruturais no Centro Cirúrgico Obstétrico.
“Oferecemos um atendimento seguro e de qualidade às mulheres, mesmo em casos de alto risco. É importante desmistificar a ideia de que o SUS não oferece bom atendimento, mostrando que nossa equipe trabalha com práticas eficientes e humanizadas”, afirma a gerente de Enfermagem, Jussara Bolandim,.
Reconhecimento consolidado
Já a gerente da maternidade, Ivonete Rodrigues, destacou o fortalecimento da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), que hoje conta com 20 leitos. Recentemente, o HRSM passou a apoiar demandas de outras unidades, como o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) e o Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
“Conseguimos cumprir essa missão com louvor, absorvendo as demandas de ambos os hospitais”, destaca Ivonete.
Ao final da visita, a gerente de enfermagem obstétrica e neonatal da SES-DF, Raquel Antunes Campos Lima, elogiou a atuação da equipe. “A apresentação foi completa. Vemos um time comprometido, preparado e engajado com o que está fazendo. Isso é o que realmente faz a diferença no SUS.”