As celebrações pelo Dia Internacional da Mulher chamam a atenção para um fenômeno cada vez mais marcante: o empoderamento das mulheres através da reestruturação da estética íntima. Longe de ser um sinal de subserviência ou objeto de escrutínio, essas escolhas marcam a jornada rumo à autonomia corporal, à afirmação da sua sexualidade e ao reconhecimento do bem-estar mental e corporal.
Dra Dulce Henriques especialista em ginecologia regenerativa e estética intima diz que “Procedimentos como labioplastia menor ou maior, clitoroplastia, vaginoplastia, e similares são mais do que uma mera questão estética: constituem-se em um potente mecanismo de enfrentamento das inseguranças e desconfortos com que muitas lidam diante de suas representações corporais. Abrindo a possibilidade de reparar questões físicas capazes de impactar a qualidade de vida, a autoestima e o próprio prazer sexual.”
Por vezes, a opção por uma cirurgia íntima assume contornos de uma decisão corajosa. É apenas enfrentar e vencer os padrões sociais opressores que definem o corpo feminino como ele “deve” ser: é a declaração de independência e autoaceitação das mulheres em busca de controle sobre os seus próprios corpos em uma sociedade que constantemente tenta fazê-lo por elas.
Ademais, essas cirurgias podem ter impactos significativos na saúde sexual e psicológica da mulher, aumentando sua autoconfiança e permitindo uma vida sexual mais satisfatória. Isso é particularmente importante em uma cultura que tantas vezes marginaliza a sexualidade feminina e coloca numerosos obstáculos ao prazer e à expressão sexual das mulheres.
Portanto, ao celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, precisamos reconhecer e apreciar as cirurgias íntimas — não como uma mera submissão ao inalcançável padrão de beleza imposto pela sociedade, mas sim como o exercício da liberdade individual e como um passo em direção ao empoderamento. Porque, em última análise, empoderamento trata-se de escolha e autonomia. E a escolha de um procedimento estético como este é um poderoso exemplo dessa luta.
Assim, ao invés de criticar, devemos celebrar e apoiar as mulheres que optam por cirurgias íntimas em sua jornada ao empoderamento. Pois essa escolha é um passo fundamental na desconstrução de estigmas e na construção de uma sociedade onde a autonomia feminina sobre seus corpos e suas vidas é respeitada e valorizada.