O II Fórum de Economia em Saúde, realizado nesta quinta-feira (13), no auditório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), trouxe palestrantes de outros estados para troca de experiências exitosas com gestores e servidores da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
O objetivo foi discutir o uso racional dos recursos públicos no Sistema Único de Saúde (SUS). O evento foi dividido em três painéis, para abordar os temas economia em saúde e o protagonismo do gestor; gasto público e seus desafios para o SUS; e a apresentação de casos de sucesso no setor.
Representando o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, o secretário-adjunto de Gestão em Saúde, Eduardo Pojo, destacou a importância da união entre os gestores e os profissionais na ponta para alinhar as ações e evitar falhas ou gastos desnecessários.
“Quando se economiza em um setor é possível fazer mais pela Atenção Primária, por exemplo. Por isso precisamos trabalhar juntos, porque o que fazemos reflete em toda a cadeia de serviços”, comentou Eduardo Pojo.
Aproveitar o poder de compra do Estado como estratégia para reforçar a aquisição de medicamentos e materiais também foi um ponto ressaltado pelo gestor, além da busca de novas fontes de recursos. “A máquina pública só vai melhorar e trazer mais resultados com investimentos. Emendas parlamentares, projetos, parcerias. Precisamos pensar longe quando se discute o SUS”, afirmou.
Otimização de processos
Na mesma linha de raciocínio, a subsecretária de Atenção Integral à Saúde, Moema Campos, lembrou da necessidade de investir para otimizar processos e reduzir desperdícios, aplicando novas tecnologias e, principalmente, avançar em saúde preventiva.
“Temos que investir desde a Atenção Primária até a Alta Complexidade. Também é fundamental que a assistência e gestão caminhem juntas, para entregar valor ao usuário do SUS”, ponderou.
O coordenador de Sistemas e Serviços de Saúde da Opas, Renato Tasca, fez uma defesa acirrada do SUS e a importância de manter sua eficiência. Ele apontou três dos maiores problemas para manter o uso racional dos recursos.
“Além do desperdício e exames desnecessários por eventos adversos, há a inércia dos serviços, no sentido de não se fazer o que precisa para prevenir o que seria possível evitar, como doenças leves. Essas três falhas jogam no ralo tanto dinheiro quanto compras malfeitas ou má gestão”, avaliou.
Serviços e dinamismo
Para reduzir custos e dinamizar os serviços, a Secretaria de Saúde tem trabalhado no sentido de fortalecer a parceria com o Ministério da Saúde. O objetivo é viabilizar a inserção da Atenção Primária no Sistema de Apuração e Gestão de Custos do SUS (ApuraSUS).
A ideia é realizar mapeamentos na rede e capacitar os servidores nas regionais de saúde. Para isso, planeja-se implantar a gestão de custos em todas as unidades de saúde da rede. Dessa forma, é possível consolidá-la como instrumento gerencial que promova a otimização dos recursos e a melhoria nos processos de trabalho.
Do total de 222 unidades de saúde no DF, 31 já passaram pelo processo, das quais incluem unidades hospitalares, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Cooperação técnica
Além disso, a Secretaria de Saúde celebrou um Acordo de Cooperação Técnica-Operacional com o Ministério da Saúde para a implantação do Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC) nas unidades de saúde do DF.
Institucionalizado por meio da Portaria nº 55/2018, o programa preconiza um conjunto de ações que promovem a gestão de custos no âmbito do SUS, por meio da geração, difusão e aperfeiçoamento de informações relevantes e pertinentes a custos.
A Secretaria de Saúde do DF foi piloto no PNGC, que tornou obrigatória a implantação da gestão de custos para todas as unidades de saúde da rede local.
Gestão de custos
O primeiro fórum foi realizado em 2017, com o nome de I Fórum de Gestão de Custos. O objetivo, à época, era fomentar a discussão da temática de informação de custos, com o foco na melhoria da qualidade do gasto em saúde pública.
* Com informações da Secretaria de Saúde-DF