Violência contra crianças

As crianças recolhidas pelo conselho tutelar estão sendo abrigadas longe das famílias, isso quando tem vaga nos abrigos conveniados da SEDEST.

De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o acolhimento tem que ser próximo da família para que a visita seja constante (Art. 100), mas por falta de vagas há duas semanas, as entidades conveniadas e os conselheiros enfrentam a luta de achar abrigos para acolher a demanda de crianças e adolescentes em risco, que cresce a cada dia no DF.

Em Samambaia, os conselheiros Assis Santarém e Abel Gramacho temem chegar o dia em que não conseguirão vagas na UNAC (Unidade Central de Acolhimento), que tem o prazo de 72h para providenciar o atendimento em algum dos 21 abrigos conveniados ao GDF . “Hoje estamos abrigando as crianças recolhidas em Sobradinho por falta de vaga nos abrigos mais próximos, o que dificulta a visita de familiares”, conta Abel Gramacho.

O sofrimento destas crianças acolhidas pelo Conselho Tutelar começa na hora do atendimento, em um local de pouca estrutura, sem adaptação para a infância, sem uma brinquedoteca que possa aliviar o trauma que as leva ao local: muitas vezes por agressão dos próprios pais; ou são vítimas de pedofilia e outros crimes.

“É importante que o DF cumpra o ECA”, fala o conselheiro Assis Santarém, que no momento da entrevista nos contava, comovido, as barbáris com que se depara todos os dias ao ver o estado em que as crianças chegam e não ter estrutura adequada para o atendimento.

Precisamos de mais abrigos, como o começo para a melhora da situação em Samambaia e em outras cidades do DF.

Cris Oliveira