Nos últimos anos vi que em uma jornada de erros e acertos os policiais militares abraçaram a militância do PT e em função desta decisão a categoria sofreu junto com o Partido dos Trabalhadores mas se manteve fiel em todas as suas ações até que em 1994 ajudou a definir a campanha eleitoral local e tornou governador o então desconhecido professor e reitor da UNB , Cristovam Buarque.Durante aquele governo ocorreram as primeiras mudanças salutares para os policiais, como o fim dos ranchos nos quartéis, mas nunca ocorreu algo que de fato revolucionasse a PMDF como um todo. O desejo de mudanças estruturais depositadas no professor não se traduziu em realidade.

Com o retorno no governador biônico Joaquim Roriz, eleito democraticamente em 1998, os policiais militares pagaram o terrível preço por terem se associado ao PT e o chicote do PMDB fustigou o lombo dos policiais por longos anos em represália à ousadia de sonhar com mudanças.Em uma releitura da histórica Revolta da Chibata de 1910, movimento de marinheiros planejado por dois anos que se rebelaram contra a aplicação de castigos físicos, os policiais militares cansaram-se do julgo e começaram as cobranças. No ano de  2000 os militares foram às ruas e exigiram direitos sociais e melhorias trabalhistas e salariais.

Hoje depois de tantos anos o cenário político e os atores são os mesmos exceto a figura do governador. Quem se sacrificou nas ruas naquela época por mudanças na PMDF hoje faz parte do governo. O PT no qual novamente os policias depositaram toda a esperança nas últimas eleições, transformou-se no seu algoz. Os policiais militares que sempre encamparam a luta do PT e sonhavam com o fim dos desmandos do Governador Roriz, que comandou os policiais militares com punhos de aço, se decepcionam mais uma vez e são ignorados pelo Governador Agnelo da mesma forma como eram desdenhados por Roriz.

Depois que o PT alinhou-se ao PMDB na chapa para governador, a cartilha do PMDB de como tratar mal os policiais foi adotada também pelo partido dos trabalhadores.

No pouco tempo em que ainda nos resta, daremos nossa última cartada antes do novo pleito eleitoral que se aproxima absurdamente rápido. Ou o jogo vira a nosso favor ou iremos mostrar aos políticos do PT que estão no poder que mais uma vez nós faremos a diferença em uma eleição. Ou eles nos apoiam neste momento de luta pela reestruturação ou os deixaremos de fora dos cargos políticos em 2014.

A luta pela reestruturação da carreira é a nossa demanda de maior importância, com agregação aos 30 anos e promoção sem dependências de vaga, afinal ainda temos que conviver com 13 promessas de campanha que jamais serão cumpridas. Ainda queremos uma polícia que tenha quadros onde o praça possa ascender profissionalmente e incentive os policiais recém formados a permanecer na corporação. Exemplo disto é que do último concurso cerca de 600 policiais já saíram da gloriosa.

Fonte: JABÁ