Na última semana, o secretário de saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, esteve presente no lançamento do programa “Mais Médicos”, conhecida como Medida Provisória da Morte e afirmou que “a realidade do DF não é diferente (…) tivemos situações críticas em algumas áreas. Atualmente, temos dificuldades de encontrar algumas especialidades, principalmente na atenção primária. Esse programa sendo lançado para todo o país pode propiciar o fortalecimento da atenção primária com a Estratégia de Saúde da Família” (fonte: www.saude.df.gov.br).

Rafael Barbosa reforma a visão de seu partido político, do governador Agnelo Queiroz e de seus companheiros, como Elias Miziara, secretário ajunto de saúde, que já havia emitido em rede televisiva apoio à contratação de médicos estrangeiros sem revalidação de diploma em universidades federais, inclusive para o Distrito Federal.

O Sindicato, por sua vez, solicitou apoio de todos os médicos para se inscreverem no programa “Mais Médicos”, com suposta tentativa de atrasar o cronograma do governo com a importação de médicos sem revalidação de diploma. Mas, na realidade, demonstrando afinidade com essa política.

A situação se torna mais crítica quando Saulo Araújo, jornalista renomado do Correio Braziliense, denuncia que o principal membro da Chapa Aliança Médica para as eleições do CRM-DF, gestão 2013-18, Lairson Rabelo, é apoiado por Rafael Barbosa.

Lairson, ex-presidente da Associação Médica de Brasília – AMBr, é médico aposentado desde 1997 e, até esse ano, tinha o registro inativo no CRM-DF. Aguarda comprovação de laudo médico que o permita exercer novamente a medicina.

Aliás, na Aliança Médica, uma aliança entre a AMBr, Sindmédico e o PT, estão também médicos docentes da faculdade de medicina do GDF, incluindo sua diretora, Maria Dilma.

Na sua gestão na faculdade de medicina, Maria Dilma, junto ao governo Agnelo Queiroz, lançou uma Chamada Pública (nº 1, de 8 de abril de 2013, publicada no D.O.U. em 16 de abril de 2013), convocando médicos estrangeiros sem revalidação de diploma, para realizarem estágio curricular interinstitucional entre a faculdade de medicina do GDF e a Universidade da Paraíba – UFPB, na regional de saúde de Santa Maria – DF.

A ameaça da vinda de médicos estrangeiros para o Distrito Federal não parou por aí. Não por acaso, a faculdade de medicina contratou recentemente médicos da coordenação geral de saúde de Santa Maria para docência em medicina, nas especialidades de pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, ortopedia e medicina de família e comunidade (Edital nº 09, de 2 de abril de 2013, página 59, seção 3 do DODF).

Além disso, a faculdade de medicina do GDF planeja duplicar o número de ingressos no curso de medicina. E, no Distrito Federal, temos o maior número de médicos por habitantes no país, totalizando 4,09 médicos para cada 1.000 habitantes, bem superior ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS, de 1 médico para cada 1.000 habitantes.

Lembremos que foi nesse mesmo governo, que o presidente da AMBr, quando também era diretor da fundação mantenedora da faculdade de medicina do GDF, facilitou a abertura do curso de medicina do UNICEUB, em convênio dessa faculdade com a regional de saúde de Planaltina.

Este blog ouviu um membro da chapa concorrente e de oposição ao GDF, a CHAPA 2, conhecida como a Chapa do Médico, e ouviu dele o seguinte desabafo: “É por tudo isso que os médicos do Distrito Federal necessitam de um CRM autônomo, sem influências do governo e sem ameaças de abertura de mais vagas de medicina e de contração de médicos estrangeiros”. 

Blog da Cris