1 – Como iniciou seu trabalho na rádio Federal?

Luciano Lima – Eu iniciei o trabalho na Rádio Federal em fevereiro desse ano. É uma rádio web com uma proposta nova e com grandes possibilidades de crescimento profissional. Estamos investindo no futuro da comunicação. Hoje os jovens passam mais tempo na frente de um computador ou com um celular na mão do que fazendo qualquer outra coisa. A nossa finalidade não é fazer com que as pessoas passem 24 horas na frente de um computador. O nosso objetivo é que os internautas tenham a possibilidade de estar na frente de um computador, no Ipad ou no celular e ter uma opção de qualidade.

2 – Quais são as maiores dificuldades de um radialista?

Luciano Lima – Rádio é uma paixão. Ninguém que não goste de fazer rádio fica muito tempo no mercado.  As dificuldades existem como em qualquer profissão. Muitos reclamam que é uma profissão que precisava ser mais valorizada e que os salários poderiam ser melhores. Outros reclamam da falta de estrutura, e assim vai. No caso da rádio web é apostar em um projeto. Você cresce junto com o projeto e isso também é muito bacana.

3 – Qual é a sua relação com o ex-governador José Roberto Arruda?

Luciano Lima –  A minha história com ele daria um livro. Eu o conheci aos 19 anos de idade quando fiquei sabendo que o Metrô seria construído em Brasília. Eu era um roqueiro, estudante de História e fiquei três meses tentando falar com ele para conseguir uma oportunidade de participar de um projeto considerado por muitos na época como surreal ou desnecessária para a nossa cidade. O emprego eu consegui pela insistência e desde então nasceu um grande amizade. Também trabalhei com ele no Senado, na Câmara Federal e depois no Governo do Distrito Federal. Tenho muito carinho e gratidão por ele, tanto que é padrinho de um dos meus filhos. Independente dos erros ou não que tenha cometido, é até hoje meu grande amigo.

4 –  Esta sendo discutido o PPCUB – Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico e a LUOS – Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal para definir a ocupação das terras do DF, como você vê a criação de novas cidades? Sendo que uma delas ficará próxima a São Sebastião e terá capacidade para mais de 900 mil habitantes, no Recanto das Emas onde hoje é a colônia agrícola Vargem da Benção esta programada a criação de 40 mil novas residências.

Luciano Lima –   O Distrito Federal está crescendo de forma muito desorganizada. Não há nenhum compromisso com o futuro da nossa cidade. Todos os interesses são legítimos, menos o interesse com as futuras gerações. A estrutura do estado não suporta tanto descompromisso. O fato, devido a tudo isso, é que temos um dos piores sistema de transporte do Brasil. A saúde pública é um desastre. As cidades crescem na velocidade da luz e a infraestrutura é deficitária. A grande maioria das cidades têm poucas opções de esporte e cultura e os números da criminalidade entres os jovens só crescem. É preciso organizar a estrutura do Estado para que possa prestar um bom serviço a população e para isso é preciso frear o crescimento desordenado. É um suicídio criar novas cidades satélites e continuar com essa distribuição política e sem critérios de lotes. Conheço vários pioneiros que moram de aluguel até hoje. É a maior prova de que está tudo errado. O Distrito Federal precisa criar oportunidades de emprego para as pessoas e, principalmente, para os jovens. Por exemplo, onde está a tão falada e sonhada cidade digital? Por que investimos tão pouco no potencial turístico? Brasília é Patrimônio Cultural da Humanidade e temos ao nosso redor um grande polo de turismo de aventura e ecológico.

5 – A pasta da juventude é estigmatizada e sempre é usada para atrair os jovens para perto da política, você já ocupou esse cargo, como foi?

Luciano Lima  –  Eu aprendi muito com as experiências positivas e negativas. O orçamento era muito baixo e muitas vezes tirei dinheiro do próprio bolso. É uma pasta que precisaria de mais atenção por parte do poder público. Existe ainda, por parte de muitos políticos, um certo preconceito com o jovem como gestor público. Se cria e se acaba com a Secretaria de Juventude como se toma um copa com água. Infelizmente, as políticas públicas para juventude, em sua grande maioria, precisam sair do papel. Houve alguns avanços, mas infelizmente as estatísticas  da violência, do consumo e tráficos de drogas, do analfabetismo e do desemprego indicam que o caminho ainda é muito longo.

6 – Recentemente ficamos sabendo que se filiou a um partido político. Poderia nos dizer em qual partido se filiou e o porquê ?

Luciano Lima –  Fiquei 17 anos no PSDB. Sair por achar que era hora de respirar novos ares e encarar novos desafios. Sou muito grato ao PSDB por todas excelentes experiências e oportunidades que foram me dadas, mas agora estou no PPS. Aceitei o convite da deputada Eliana Pedrosa com muita honra e alegria. Tenho grandes amigos no PPS e só lamentei a saída do meu grande amigo Augusto Carvalho. Mas tenho certeza que de alguma forma estaremos juntos.

7 – O que você está achando do governo Agnelo Queiroz? Qual você acha que será o cenário para o DF em 2014?
Luciano Lima – Eu sempre tive muito respeito pelo Governador Agnelo Queiroz. Sempre achei uma pessoa muito agradável e humana. Eu votei nele para o Senado em 2006 e votei nele para Governador em 2010. Mas temos que saber separar as coisas. Seu governo é desastroso. Não tem gestão e fica todo mundo batendo cabeça. Não sabemos o que é prioridade. Como o governo praticamente não fez nada em três anos, a não ser inaugurar obras do governo passado, tentam agora correr contra o tempo. Aliás, a maior obra desse governo até agora é o recapeamento das pistas em todo o DF. É muito pouco. A estratégia agora dos marqueteiros do governo Agnelo é lançar projetos que possam dar visibilidade, independente ser dará tempo ou não de iniciar ou concluir, se serão bem feitos ou não. A idéia é propagandear e todos nós sabemos que dinheiro não falta para isso. Mas o que me deixa mais triste é que nossa cidade perdeu qualidade de vida. Não há uma proposta factível de preservação e conservação de parques ecológicos e vivenciais e uma proposta que possa tirar o cidadão brasiliense do caos que se tornou a nossa mobilidade urbana. Sou uma pessoa que faça críticas, mas gosto de dar também minhas colaborações. Quem me acompanha nas redes sociais sabe o que estou dizendo. Não podemos ficar torcendo para as coisas darem errado. Fazer isso é jogar contra a nossa cidade. No entanto, é importante que estejamos nas redes sociais para debater a cidade e criticar na hora que for preciso. Eu não tenho medo de sofrer represálias ou ataques nas redes sociais e conheço muita gente que não participa exatamente por terem medo.

8 – Qual você acha que será o cenário para o DF em 2014?

Luciano Lima – Estou apostando muito no PPS e na deputado Eliana Pedrosa. Ela é uma guerreira! Está em todos os cantos dessa cidade. Espero que surja uma grande aliança que possa realmente dar esperança para a nossa cidade e que o PPS seja o protagonista. Mas juro que gostaria de ter e acreditar nas lendárias bolas de cristal (risos).

Fonte: Blog do Cafezinho