A deputada Celina Leão (PDT) alertou, em junho de 2013, sobre os inúmeros problemas que afligiam a Agência de Desenvolvimento (Terracap), cujo presidente Antônio Carlos Rebouças Lins, vinha ignorando sistematicamente as recomendações do Conselho Fiscal da Agência, para conter gastos e suspender doações.
A parlamentar protocolou representação no Ministério Público pedindo a abertura de investigação, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades nos gastos da empresa, com patrocínios em eventos, shows, compra de ingressos e contrato publicitário, além de volumosos empréstimos creditícios concedidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do DF. Pediu ainda o cancelamento da nova estrutura criada na diretoria da empresa e da criação do Programa Facilita Terracap, sem autorização legislativa, dentre outros pedidos.
Na última sexta-feira (6) policiais civis cercaram o prédio da Terracap para buscar processos ligados ao programa de renegociação de dívidas da empresa, o Facilita Terracap, criado para oferecer facilidades aos devedores na quitação de suas dívidas junto à estatal, realizado no ano passado. De acordo com a corporação, há suspeitas de irregularidades. Um funcionário foi conduzido à Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública para prestar esclarecimentos. “A criação de um programa sem passar pelo Legislativo já era um indício de irregularidade, espero que a justiça conclua as investigações e que os envolvidos sejam punidos”, afirma a deputada.
Para Celina Leão a gestão de Abdon Henrique tomou medidas administrativas altamente prejudiciais à vida financeira da empresa, como contrato milionário de publicidade, enorme quantidade de patrocínios e shows, reestruturação da empresa, além de doações de lotes. Em junho de 2013, um relatório do Conselho Fiscal da Terracap apontou a grande dificuldade financeira enfrentada pela empresa. .
Outra aberração, segundo a parlamentar, foi o patrocínio da Terracap para a compra de ingressos para a abertura da Copa das Confederações de 2013. “Além de custear a construção bilionária do Estádio Mané Garrincha, resolveram comprar e distribuir ingressos para o jogo de abertura desta Copa, com uma justificativa esfarrapada de reunir os parceiros empresariais, uma vergonha para nossa cidade”, avalia.
Em 2013 a Terracap promoveu uma reestrutura administrativa sem base legal e criou duas novas diretorias. Esta nova composição da empresa provocou um impacto mensal de aproximadamente R$ 125 mil, o que resultará em um aumento anual de R$ 1,6 milhão nos gastos da empresa.
Fonte: Assessoria