O que deveria ser um processo de fortalecimento interno e renovação democrática tem se transformado em palco de ataques pessoais e desrespeito entre lideranças do Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal. A eleição para a presidência do diretório regional, marcada para próximo domingo (6), tem revelado disputas que vão além das ideias  e expõem vaidades, ressentimentos e divisões históricas dentro da legenda.

Uma mensagem vazada de grupos internos do PT-DF, assinada pela ex-deputada distrital Rejane Pitanga, chamou atenção pela agressividade.

Em tom depreciativo, ela afirmou que “Chico sofre de síndrome da subalternidade” e “sempre tem que reverenciar alguém poderoso”. A fala foi interpretada como um ataque direto ao deputado distrital Chico Vigilante, um dos quadros mais antigos e respeitados do PT em Brasília, e também como crítica à candidatura de Guilherme Sigmaringa nome que vem crescendo na preferência de filiados e lideranças.

Guilherme é filho do ex-deputado federal Sigmaringa Seixas, referência histórica no PT e figura influente nos bastidores da política nacional. Assim como o pai, Guilherme tem forte atuação nos bastidores dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, e busca renovar o partido sem romper com suas raízes históricas.

Em recente evento do Governo Federal no Sol Nascente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com os deputados distritais Chico Vigilante, Ricardo Vale e Gabriel Magno, e fez um apelo direto: “Está na hora do PT-DF parar de brigar entre si, se unir e, com unidade, se apresentar à população do DF.” A fala do presidente teve impacto direto na movimentação interna do partido.

Seguindo a orientação de Lula, os três deputados distritais se uniram em torno da candidatura de Guilherme Sigmaringa, ao lado da deputada federal Érika Kokay e de importantes figuras históricas do partido, como Arlete Sampaio, Agnelo Queiroz, Geraldo Magela e os ex-ministros Gilberto Carvalho e José Dirceu.

No entanto, segundo fontes ouvidas pela reportagem, nem todas as lideranças acolheram o chamado do presidente Lula. Rejane Pitanga e o ex-deputado federal Roberto Policarpo decidiram seguir caminho próprio, ignorando o apelo por unidade e alimentando divisões internas. Ainda de acordo com integrantes do partido, Rejane tem usado grupos internos de mensagens para destilar seu ódio diretamente à figura de Chico Vigilante, deixando o debate político de lado para atacar pessoalmente um companheiro de longa trajetória.

O apoio a Guilherme representa um movimento amplo e coordenado por lideranças que apostam na renovação do partido com responsabilidade, diálogo e reconstrução da imagem do PT-DF.

 

Redação