DELAÇÃO DIFERENCIADA
O acesso determinado pela justiça ao termo de delação premiada firmado entre o MPDF e Durval Barbosa, na análise dos advogados dos Réus, apontam para situações jamais vistas neste tipo de acordo. A começar pela tentativa de esconder um documento preliminar subscrito em 2009, também sob a forma de delação, ao qual o MPDF não deu acesso durante a última audiência. Outro ponto observado na assinatura deste tipo de documento é a comparação com outros casos de delação cujos clientes são da mesma banca ou do mesmo escritório, o que vem gerando desconfiança num certo tipo de tratamento seletivo ao que foi relatado pelo delator, onde nem tudo é objeto de investigação, e pior, as contradições são simplesmente ignoradas. Não é a toa que no meio jurídico a delação da Caixa de Pandora é chamada de mega-sena premiada.
ESTRANHA CONDENAÇÃO
A condenação do ex-deputado distrital Rogério Ulysses pelo Tribunal de Justiça do DF ganhou contornos no mínimo pitorescos. Condenado a devolver, pela sentença de primeira instância mais de 10 milhões de reais, apenas por ter sido citado por Durval como beneficiário do recebimento de recursos, sem que o MPDF conseguisse comprovar qualquer acréscimo no seu patrimônio além da sua própria renda, como mencionado no voto do próprio desembargador relator, Rogério Ulysses teve mantida sua condenação, mais reduzido consideravelmente os valores a restituir. Dos milhões da condenação inicial, ele agora terá que devolver pouco mais de 200 mil reais. Fica a dúvida: se não há prova da entrega do dinheiro e também não se provou qualquer acréscimo patrimonial, sua condenação foi só pela palavra do acusador? Estranho, muito estranho.
CEILÂNDIA SOFRE
A pouca atenção que vem sendo dada pela atual gestão da Administração Regional de Ceilândia, principalmente nas áreas mais carentes, como o Por do Sol e o Sol Nascente, tem gerado desconforto no GDF. Lixo, abandono e pouca aptidão para as ações mínimas em favor da cidade, têm repercutido nas pesquisas de opinião e se traduzido em baixa previsão de votos em favor do atual governo. Ou se dá uma guinada de cento e oitenta graus na administração e se cumpre o que é prometido nas reuniões com a comunidade ou a resposta será cruel nas urnas. Afinal cumprir a palavra empenhada é o mínimo que se espera de um bom gestor.
PSD A NOIVA CORTEJADA
A avaliação entre todos os pré-candidatos ao GDF é de que agregar o excelente tempo de propaganda eleitoral do PSD terá efeito mais positivo do que negativo. Dirigido por um ex-governador que não deixou muita saudade, o partido é cortejado pelo PR, pelo PT e já teve oferta de vice na coligação do PSB. Caso não seja aceito, o plano B dos socialistas para a vice é a deputada e empresária Eliana Pedrosa. Esta por sua vez torce o nariz para a condição de vice e espera que o voo solo do PSDB não vingue e o partido caia em seus braços, ou melhor, em sua coligação, para tentar fazer decolar sua campanha, até agora no bloco do eu sozinho.
FOME DE LEÃO
A disposição com que o PT vem inflamando a candidatura do deputado Magela ao Senado vem deixando seus aliados com enorme desconfiança. Afinal com todos os desgastes da atual gestão, o PT não pensou duas vezes em tratorar a pré-candidatura ao senado do atual distrital Chico Leite e apesar das conversas sobre dividir as posições no tabuleiro, acabam querendo ficar com tudo, ou quase tudo. Se os candidatos de outros partidos já enfrentaram dificuldades quando o PT se mostrou enfraquecido, imagina numa chapa em que o partido do majoritário ao governo detêm 2/3 das posições de destaque. Parece até o leão do imposto de renda, que quanto mais tem, mais quer.
FILA QUE ANDA
Mais um deputado distrital deve ter seu julgamento iniciado pelo TRE/DF por infidelidade partidária. O próximo nome na lista dos infiéis é o deputado Paulinho Roriz. Tudo por conta de uma lambança nas filiações anunciadas pelo próprio parlamentar. Paulinho saiu do Democratas, partido pelo qual se elegeu como suplente, e anunciou que se filiaria ao então recém-criado PEN, o que seria permitido pela legislação eleitoral, mas que não chegou a acontecer. Com a cassação de Raad Massouh, Paulo Roriz assumiu a cadeira e, o agora deputado, fez ligação direta para se filiar ao Partido Progressista, o que é proibido pela legislação eleitoral. Com isto a bancada pepista pode se ver reduzida a apenas dois parlamentares. É esperar para ver.
CONSULTORIA ESPECIALIZADA
O Sindicato das Empresas da Construção Civil acaba de firmar parceria com o Tribunal de Contas do Distrito Federal para esclarecer, através do programa “Diálogo com o TCDF”, dúvidas acerca da legalidade das obras públicas, desde o lançamento dos editais de licitação até a execução do contrato, por meio de encontros mensais com os auditores do Tribunal. Entre os servidores de carreira do GDF a parceria soou meio estranha. Na verdade quem precisa de esclarecimento e proteção são os técnicos do governo, principalmente os que elaboram os editais, fazem as licitações e acompanham a execução dos contratos, lado mais fraco do processo de contratação. Já tem advogado temendo perder o cliente com esta linha direta.
A FICHA NÃO CAIU
Tem ex-administrador regional que foi tirado da cadeira por conta de escândalo recente, que agora se anuncia candidato a deputado distrital, só para confrontar com o parlamentar que o indicou para a antiga cadeira. Tudo porque queria ter sido protegido e defendido com veemência, o que era impossível ante as provas colhidas pelo Ministério Público, cuja investigação, envolvendo ainda mega empresário de Brasília, caminha a todo vapor, com gravações e tudo. É a história que se repete da criatura que se volta contra o criador. É bom que ele se acalme e repense a decisão de se candidatar, pois como diz o ditado: gato escaldado tem medo de água fria. Fazendo contas Somente a partir do dia 8 de maio, com o fim do prazo para transferências de domicílio eleitoral e de novos eleitores é que os partidos políticos poderão fechar as contas do provável coeficiente eleitoral para o pleito deste ano aos cargos proporcionais. Os mais experientes na política local já apontam para mais de 70 mil votos para distrital e quase 200 mil para federal, o que pode fazer muita gente mudar de posição ou até mesmo desistir da missão. Nos partidos a palavra de ordem é coligar, sob pena de morrer na praia. Frase da semana: “As eleições nem começaram, mas já estamos vivendo tempos de Tim Maia, onde vale tudo. Horário eleitoral partidário é para promoção pessoal e sindicatos e templos religiosos parecem locais de comícios, adesivos e faixas por todos os lados, tudo aos olhos de quem quiser ver. Pena que os agentes da justiça, ao que parece, se façam de cegos”.
Fim da conversa no bate-papo
Fonte: Celson Bianchic
Blog da Cris
Enviada de Brasília