A Polícia Federal prendeu hoje (4) um dos principais traficantes de animais silvestres do país. Além dele, outros 13 envolvidos tiveram a prisão preventiva decretada por retirar da natureza, manter em cativeiro, comercializar e falsificar cartas de regularidade de animas; além de cometer crime contra a saúde, já que algumas das espécies são vetoras de zoonoses (doenças que podem ser transmitidas de animais para seres humanos, ocasionando inclusive a morte).
“Esse traficante já atuava, comprovadamente, há 38 anos e já estava passando a função para o filho. Há também envolvimento de outros familiares com o tráfico de drogas, quando o tráfico de animais silvestres não está bem por conta do calendário de nascimento das espécies. A esposa foi presa em flagrante transportando drogas no Mato Grosso do Sul. [A operação] serviu para identificarmos essa simbiose de ilícitos”, explicou o delegado chefe da Delegacia de Repressão de Crimes contra o meio ambiente da Polícia Federal, Sebastião Pujol.
Segundo Pujol, no curso das investigações foram apreendidos, pelo menos, 500 animais silvestres e, somente hoje, 200, sendo a maioria aves.
Os integrantes comercializavam, por meio de redes sociais, entre outros, as aves Arara-canindé, Arara-azul, Arara-vermelha, Ararajuba, Jabuti-piranga, Jacaré, Macaco-prego, Sagui de tufos brancos, Saíra-pintor e Tucano-toco, todas protegidas de extinção. “O tráfico de animais é um dos maiores danos ao meio ambiente, porque gera perda de biodiversidade, porque além dos mau-tratos, os animais chegam à morte”, disse o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim.
A Operação Urutau 2 cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de sequestro e apreensão de veículos nas cidades de Diadema, São Paulo, Jacareí e Mongaguá, no estado de São Paulo; Ivinhema e Novo Horizonte do Sul, no Mato Grosso do Sul; além de Aparecida de Goiânia (GO), Curitiba e Alagoinha (PE).
“O objetivo é também conscientizar as pessoas para que não comprem esses animais, não só pelo seu sofrimento como pelo risco de contágio das doenças”, disse o delegado regional de investigação e combate ao crime organizado da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, Marcelo de Carvalho.
A ação é feita em conjunto com o Ministério Público Federal, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São Paulo, a Polícia Militar Ambiental do São Paulo, a Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul e o IBAMA e foi originada a partir da análise de provas colhidas na Operação Urutau, ocorrida em maio do ano passado. Na ocasião foram identificados outros grupos de venda ilegal de animais silvestres, que resultaram na Operação Urutau 2.
Fonte: Agência Brasil