Atualmente, 41% dos deslocamentos em Brasília são feitos com carro — é o índice mais alto de todo o Brasil. Mas a Política de Mobilidade Ativa do Distrito Federal promete mudar esse cenário, incentivando alternativas como o uso de bicicleta e caminhadas. Elaborada com o apoio da ONU Meio Ambiente, a estratégia visa democratizar o acesso aos centros urbanos, garantindo que ciclistas e pedestres possam percorrer a capital federal e outras cidades do DF com segurança.
Ainda em fase de concepção e planejamento, a iniciativa deverá sair do papel em setembro de 2018, quando o governo começará a realizar melhorias na infraestrutura. A nova política também visa integrar formas de “mobilidade ativa” — a pé e com bicicleta — ao sistema público de transporte. Serão promovidas ações de conscientização para mudar hábitos e comportamentos dos moradores do DF.
Em dezembro do ano passado, funcionários do governo de Brasília organizaram dois workshops, reunindo 45 pessoas envolvidas com a questão do deslocamento urbano. O primeiro grupo contou com integrantes do público em geral. O segundo, com representantes da sociedade civil. Também estiveram presentes membros de companhias de transporte, de associações comerciais, do governo, técnicos e acadêmicos. Três pessoas com deficiência visual, auditiva e de mobilidade reduzida participaram dos encontros.
Organizadas pelo Instituto Mundial de Recursos (WRI, na sigla em inglês), as reuniões tinham por objetivo garantir que a nova política fosse fruto de discussões colaborativas.
“Informando e envolvendo diferentes atores no processo, é possível ter um plano final que não só serve aos interesses do público, como também introduz novas maneiras de tentar produzir uma mudança real nas mentalidades”, afirmou Daniely Votto, gerente de governança urbana do WRI no Brasil. O instituto é uma das entidades parceiras do DF na criação da nova estratégia de mobilidade.
Entre as demandas apresentadas pelos participantes dos workshops, está a necessidade de ampliar a infraestrutura para o ciclismo e melhorar o transporte público. Outra pauta foi a prioridade de políticas educacionais, que possam disseminar, desde cedo, conhecimentos sobre os perigos urbanos associados à alta velocidade e à utilização de carros particulares.
A ONU Meio Ambiente apoia as autoridades do Distrito Federal por meio do seu programa Share The Road(Compartilhe a estrada, em tradução livre para o português)
Fonte: Nações Unidas