Em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência da capital fluminense volta a utilizar, no próximo domingo (30), a ferramenta de acessibilidade inédita, lançada no primeiro turno das eleições deste ano, que são pranchas de comunicação alternativa.
As pranchas de comunicação alternativa são cartazes com figuras ilustrativas, que detalham etapas do processo de votação, além de ilustrar dúvidas e regras da eleição para pessoas com deficiência e, também, idosos, jovens e adultos que possuam algum tipo de dificuldade de comunicação, reforçando o princípio da acessibilidade para todos.
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Para a secretária da Pessoa com Deficiência, Helena Werneck, “a iniciativa é mais um avanço com o objetivo de promover a equidade e a acessibilidade nas eleições na cidade do Rio de Janeiro”.
O TRE-RJ vai disponibilizar as pranchas em 177 seções de votação de todas as zonas eleitorais da zona sul da cidade, abrangendo os seguintes bairros: Bairro de Fátima, Botafogo, Catete, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Glória, Humaitá, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Lapa, Laranjeiras, Leblon, Leme, Santa Teresa, São Conrado, Urca, além da Rocinha e Vidigal. “São mais de 15 mil pranchas”, disse hoje (28) à Agência Brasil a subsecretária Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio, Flavia Cortinovis.
Inspiração
Flavia Cortinovis explicou que a ideia de utilizar as pranchas nasceu quando a secretaria identificou, no ano passado, na época da vacinação contra a covid-19, que pessoas com deficiência ou com dificuldades complexas de comunicação não conseguiam se comunicar com os médicos, informar seus sintomas da doença, dizer se já tinham sido vacinadas, nem falar se tiveram a doença há menos de 30 dias.
“Quando identificamos essa necessidade na cidade do Rio de Janeiro, a gente fez parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e propôs, no auge da covid-19, que se fizessem essas pranchas de comunicação alternativa para comunicação entre pacientes com dificuldades complexas de comunicação e os profissionais de saúde. Estou falando de uma gama enorme de pessoas, desde aquelas que podem estar temporariamente com dificuldade de fala, autistas severos que são não verbais, pessoas idosas que não têm mais força de falar mas conseguem apontar com o dedo. A gente abre um pouco o leque para além das pessoas com deficiência, porque ela [a prancha] atende a todas as pessoas que, por algum motivo, estejam temporária ou definitivamente com dificuldades de fala”.
Naquela época foi criada então a prancha que mostrava como as pessoas poderiam ser atendidas nos hospitais, como ir a uma clínica da família, indicar os sintomas que estavam sentindo. “E, principalmente, no momento da vacinação, poder entender qual era o passo a passo, quais eram os documentos que precisavam ser entregues, que informações precisavam ser respondidas. Veio daí a inspiração quando a gente se deparou com as eleições 2022, que são as mais acessíveis da história”.
A prancha
A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência avaliou as ferramentas de acessibilidade que estavam sendo implementadas e verificou que, mesmo assim, havia pessoas que não tinham sido contempladas.
O órgão constatou que era preciso fazer a diferença para pessoas que não possuem todos os sentidos, a fim de que tivessem as mesmas oportunidades de votar e escolher seus candidatos. “A gente identificou que nesse público que é menos enxergado, menos conhecido, como um grupo grande de autistas severos, pessoas surdas que não sabem Libras nem português, a comunicação é muito limitada”.
A secretaria propôs ao TRE-RJ uma prancha de acessibilidade para todas as pessoas, muitas das quais iam votar pela primeira vez. Flavia conta que a ferramenta foi desenvolvida com um objetivo, mas que acabou servindo para outros.
Depois do primeiro turno, por exemplo, os mesários disseram a prancha acabou sendo utilizada por eles também com jovens, que foram votar pela primeira vez. Ao procurar o TRE-RJ para buscar parceria, a secretaria já sabia que o resultado era “extraordinário”.
Após o segundo turno, a secretaria fará uma pesquisa com os mesários para que eles para avaliar a opinião sobre a ferramenta, se foi útil, com que público foi usada e como foi essa experiência.
Os cartazes estarão fixados na entrada de cada seção eleitoral próximo à porta, no sentido da fila, para que os mesários estabeleçam a comunicação com os eleitores, esclarecendo dúvidas e otimizando a dinâmica da votação.
Fonte: Agência Brasil