O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu nesta segunda-feira (14) que 46 municÃpios afetados pelo desastre no rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015, paguem honorários advocatÃcios em ações judiciais que estão em tramitação em tribunais no exterior.
A decisão ocorre à s vésperas do julgamento de um causa coletiva protocolada na Justiça do Reino Unido. O inÃcio do julgamento está previsto para o dia 21 de outubro, em Londres.  A ação envolve cerca de 620 mil vÃtimas.
A liminar foi concedida pelo ministro após o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), entidade que representa as maiores mineradoras do paÃs, entrar com uma ação na Corte para contestar a possibilidade de as empresas serem acionadas no exterior pelos municÃpios para cobrar os danos causados no Brasil.
Na decisão, Dino também determinou que os municÃpios devem fornecer ao Supremo cópias dos contratos assinados com os escritórios de advocacia e deixar de realizar qualquer pagamento aos advogados que atuam nas causas no exterior.
No entendimento do ministro, os municÃpios não podem realizar os chamados contratos ad exitum, nos quais o pagamento ocorre se houver o ganho da causa.
“Com efeito, já decidiu o Tribunal de Contas da União, em sucessivos precedentes, constituÃrem as estipulações de êxito em contratos com a Administração Pública atos ilegais, ilegÃtimos e antieconômicos, ainda mais quando associados a elevadas taxas de retorno sobre o valor obtido em favor do Poder Público”, justificou o ministro.
Flávio Dino ressaltou ainda que a decisão não trata sobre os efeitos das decisões oriundas do exterior sobre o caso e o pagamento de indenizações determinadas fora do paÃs.
“É pertinente a aferição quanto à s condições em que municÃpios brasileiros litigam diante de tribunais estrangeiros, uma vez que este aspecto possui consequências para parcela do patrimônio público nacional e para a efetiva e integral reparação de danos perpetrados em solo brasileiro”, completou.
Entenda
A decisão representa mais um capÃtulo da nova batalha judicial sobre as indenizações envolvendo o rompimento da barragem do Fundão, que causou 19 mortes e gerou danos à s populações de dezenas de comunidades mineiras e capixabas ao longo da bacia do Rio Doce. Desde então, os envolvidos trocam uma série de acusações.
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Fonte: Agência Brasil