O Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói vai comemorar o seu aniversário de 25 anos com sete exposições que começam hoje e têm entrada gratuita durante todo este mês.
O conjunto das exposições do salão principal, varanda e mezanino forma a instalação 90 | 25, que celebra os 90 anos do Cristo Redentor e os 25 anos de inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Niterói.
Uma das sete exposições é a Ícones e Arquétipos, do artista Oskar Metsavaht. A instalação reúne fotografias, pinturas e vídeos que estabelecem uma correlação entre os dois monumentos construídos em concreto armado. Metsavaht propõe uma reflexão sobre a importância de cada uma das construções para o modernismo brasileiro. A visitação pode ser feita de hoje (8) até 5 de dezembro de 2021, de terça a domingo, das 11h às 16h.
“Eu apresento as analogias estéticas que vejo na construção tanto do MAC quanto do Cristo Redentor. Tive o prazer de poder mergulhar no olhar de ambos, na sensibilidade para desenhar as suas linhas, curvas e retas. E, com isso, compartilhar com o espectador que venha conhecer a exposição, o meu olhar de detalhes que fazem desta obra do Niemeyer um dos símbolos da arquitetura modernista brasileira, junto à estátua do Cristo Redentor”, relatou Metsavaht.
Já o artista José Raul Allegretti criou o monumento dos 25 anos, instalado na Praça do Museu, para recepcionar o público.
“Concebemos esta obra com retas e ângulos retos para sequer arranhar as curvas do nosso querido e premiado Oscar Niemeyer, que sempre se apaixonou por elas. Queremos que esse monumento sirva de exemplo para evitar desperdícios, ressignificando resíduos, o princípio básico do nosso movimento Círculo Único, que é o respeito e a parceria com a natureza”, contou o artista, acrescentando que as placas isolantes impermeáveis da peça, que permitem a sua exposição ao sol e à chuva, evitam alterações na estrutura geométrica e foram produzidas a partir da reciclagem das partes internas de 40 mil caixas de leite.
Na varanda do museu, o visitante poderá admirar a mostra A simbologia da paisagem, que tem obras das Coleções MAC e João Sattamini, dialogando com as peças de Oskar Metsavaht. Obras das Coleções formam a mostra A materialização do invisível, que está no mezanino.
As exposições contam com diversos autores e trabalhos de grande relevância para a arte contemporânea brasileira, incluindo nomes como Lygia Clark, Tunga, Beatriz Milhazes e Ricardo Ventura. A curadoria é de Marcus de Lontra Costa.
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Plano museológico
Na solenidade de abertura das exposições, ocorrida ontem (7), também foi lançado o primeiro Plano Museológico do MAC Niterói, um planejamento de cinco anos para as ações do equipamento.
O prefeito de Niterói, Axel Grael, relacionou os aniversários do MAC e do Cristo Redentor, monumento e cartão postal do Rio de Janeiro. Grael destacou que ambos representam dois grandes desafios. Enquanto o Cristo foi construído no início da utilização do concreto armado no mundo, o mesmo desafio foi feito ao arquiteto Oscar Niemeyer, considerado um dos principais profissionais da arquitetura moderna e autor do projeto do museu.
Grael lembrou que nesses 25 anos, “eventos memoráveis, exposições especiais” ocorreram no MAC, que agora, com uma parceria com o Santuário Cristo Redentor, vai ter divulgação ampliada com a presença de uma equipe da Niterói Empresa de Lazer e Turismo S/A (Neltur) no monumento do Rio.
“De lá, convidaremos os visitantes a virem conhecer Niterói também. Teremos todo um planejamento para oferecer a cidade como um destino turístico. Tenho certeza que faremos muitas coisas boas juntos”, informou.
O prefeito agradeceu à equipe que trabalha no museu dando sentido ao espaço cultural e comemorou o fato de poder reabrir as atividades em um período ainda de pandemia. “A pandemia não está superada, então ele está aberto com todo o cuidado necessário, com todos os protocolos sanitários determinados”, pontuou.
Para o secretário municipal das Culturas, Leonardo Giordano, as sete exposições convocam a população a entrar no museu e participar das obras que foram contempladas com editais de cultura. Este ano a prefeitura já investiu R$ 23 milhões no setor, com destaque para o aniversário do museu. “Nos coloca na missão de pensar nos próximos 25 anos. Niterói continua reafirmando seu compromisso com a cultura”, disse.
Ainda na cerimônia, foi anunciada a retomada do conselho deliberativo, com a intenção de incentivar a participação da sociedade no museu, por meio de diálogo e de uma gestão pública e transparente.
O presidente da Fundação de Arte de Niterói, Marcos Sabino, que participou da ideia da criação do MAC, lembrou que na época foi difícil convencer a sociedade sobre a importância do museu. “Hoje, 25 anos depois, toda a sociedade compreende o Museu de Arte Contemporânea. O nosso MAC precisa ser acessível para que todos o conheçam e que tenham orgulho desse espaço tão importante para a arte e cultura do mundo”, observou.
Programação
Também em setembro, a programação do Museu de Arte Contemporânea inclui a apresentação da Cia de Ballet de Niterói, nos dias 11 e 12, com uma coreografia inédita criada exclusivamente para o aniversário do espaço cultural. No dia 23, está previsto o Seminário de Arte e Cultura LGBTI.
Durante este mês, a visitação será gratuita. Para o diretor do MAC Niterói, Victor De Wolf, nessa comemoração, o museu olha para o próprio passado, mas mantém viva a missão de ser um abrigo da arte contemporânea.
“É o que a gente costuma dizer, para conseguir ver tudo o que está acontecendo aqui, tem que estar dentro e fora do equipamento, tem que ir nas redes sociais, nas exposições virtuais, tem que ir à Praia da Boa Viagem, dar uma caminhada pelo pátio e pelo interior do museu”, comentou.
Museu
O museu foi inaugurado no dia 2 de setembro de 1996, para abrigar as obras da importante coleção de João Sattamini.
Em 2016 passou por uma reforma de modernização e ao longo dos 25 anos realizou 186 exposições com mais de 9 mil obras e a presença de 2,8 milhões de visitantes.
Além de um dos cartões-postais de Niterói, o MAC tem projeção internacional. O projeto de forma futurista de Oscar Niemeyer tornou-se um marco da arquitetura moderna mundial e para muitos observadores se parece com uma flor ou uma nave espacial flutuando sobre uma pedra que avança para o mar. Nos pavimentos superiores o visitante tem uma vista panorâmica de 360 graus para a Baía de Guanabara e as cidades do Rio e de Niterói.
Fonte: Agência Brasil