O Museu da Imigração (MI), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e o Consulado-Geral da Alemanha em São Paulo realizam, no dia 1° de junho, a festa “Alemanha no Brasil – 200 Anos de Imigração”, a principal celebração na capital paulista do bicentenário da imigração alemã. O evento será gratuito e acontecerá nos espaços do museu com o objetivo de mostrar elementos culturais tradicionais e contemporâneos do país celebrado.
Para a ocasião, será montado um palco no jardim, localizado no complexo da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, para receber diversas apresentações, como dança tradicional, contação de histórias e big band. Ao fim do dia, o DJ Camilo Rocha fará uma homenagem às festas eletrônicas de Berlim em um set com músicas alemãs e brasileiras.
As comidas típicas germânicas serão servidas durante todo o evento. As dez tendas irão comercializar pratos e bebidas tradicionais, como Currywurst, Eisbein, Strudel, Spätzle, bolos alemães – como o floresta negra – e, claro, as famosas cervejas alemãs.
O público também poderá conferir o workshop de dança tradicional com o Grupo Tanzfreunde, participar de uma oficina de posters no estilo Bauhaus (mediante inscrição) e ver uma mostra de carros e ônibus antigos na entrada do MI. Já as atividades infantis buscam promover muito lazer e aprendizado, com destaque para três caças ao tesouro nos espaços do Museu, narração de contos de Michael Ende (autor de A história sem fim) pela atriz teuto-brasileira Letícia Liesenfeld e oficinas de Buddy Bär, urso símbolo da Alemanha que será confeccionado em feltro para as crianças decorarem como desejarem. Além disso, haverá jogos de tabuleiro, quiz, pintura facial e distribuição de lembranças.
O auditório do museu concentrará muita informação sobre história e imigração. A professora Silvia Siriani ministrará a palestra Imigração Alemã na cidade de São Paulo. Em seguida, haverá um bate-papo sobre genealogia e cidadania alemã com membros do MI, do Instituto Martius-Staden e do Consulado da Alemanha. Completam a agenda as palestras Estudar e Pesquisar na Alemanha, organizada pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH), e Viver e Trabalhar na Alemanha, organizada pelo Goethe-Institut.
“É uma programação ampla, para toda a família, que vai celebrar os 200 anos da imigração alemã no Brasil. Temos fortes laços culturais e a influência alemã está presente na nossa arte, gastronomia e muitos outros setores”, afirmou Marília Marton, secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
Durante todo o dia haverá ainda estandes do consulado, da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK), de universidades alemãs e do Goethe-Institut informando sobre vistos de estudo e trabalho, bolsas de intercâmbio, viver na Alemanha, passaporte e cidadania alemã.
A exposição Jornada para o Brasil: história das migrações de povos de língua alemã – desenvolvida pelo professor Dr. Martin N. Dreher, membro do Instituto Histórico de São Leopoldo, e pela escritora Erny Mügge, da editora Oikos, e realizada pelo Instituto Martius-Staden – se juntará à programação de exposições do MI em cartaz.
“Ao buscarem melhores condições de vida no Brasil, os imigrantes alemães trouxeram sua cultura, idioma e gastronomia e fundaram instituições que logo depois se tornaram uma parte integral da sociedade brasileira. A festa ‘Alemanha no Brasil’ reforça os fortes laços de amizade e história conjunta entre nossos países”, comenta a cônsul-geral em São Paulo, Martina Hackelberg.
A festa “Alemanha no Brasil – 200 anos de Imigração” é um projeto do Consulado-Geral da Alemanha em São Paulo em parceria com o Museu da Imigração do Estado de São Paulo. O projeto conta com o apoio do Instituto Martius-Staden, Colégio Visconde de Porto Seguro, Colégio Humboldt, Colégio Benjamin Constant, AHK Brasil, DWIH Brasil, Goethe-Institut, Daimler Truck, Mercedes-Benz e Volkswagen.
O local está sujeito a lotação. A programação pode sofrer alterações.
Contexto da imigração alemã no Brasil
Aproximadamente 300 mil alemães chegaram ao território brasileiro entre os séculos XIX e XX, exercendo uma ampla variedade de atividades nas áreas de agricultura, indústria, comércio, arquitetura e artes, pertencendo a classes sociais diferentes e desempenhando, assim, um papel importante na configuração econômica e cultural do Brasil.
Em 1824, a bordo do navio Germania, um pequeno grupo que partiu de Hamburgo chegou a terras brasileiras, aportando no Rio Grande do Sul. Já em solo paulista, o processo migratório alemão foi marcado pela leva de imigrantes que desembarcou do navio Galera Holandesa Maria, no porto de Santos, em 1827. Esses colonos foram levados para as regiões de Santo Amaro e Rio Claro para trabalharem nas lavouras de café.
Parte imprescindível dessa história, os registros da Hospedaria de Imigrantes do Brás e do Bom Retiro apontam mais de 27 mil matrículas de alemães entre os anos de 1887 a 1978. Assim, o povo teutônico se estabeleceu tanto na capital quanto no interior, adaptando-se ao Brasil sem abdicar dos hábitos e da cultura, mantendo vivas as tradições por meio da preservação da língua, das danças, dos costumes e das celebrações, contribuindo, desse modo, para a rica diversidade do país.
Tais fluxos migratórios geram, atualmente, um movimento contrário, com os descendentes desses imigrantes alemães buscando resgatar a origem. Em 2023, o Consulado-Geral da Alemanha no Brasil contabilizou 8.575 atendimentos para obtenção da cidadania alemã e 2.475 passaportes alemães emitidos no Brasil. Além disso, o fluxo migratório Brasil-Alemanha é significativo, com mais de 3 mil vistos emitidos em 2023, sendo 95% deles ligados a trabalho na Alemanha.
O Museu da Imigração do Estado de São Paulo tem como missão ajudar a preservar e promover essa história. Ao longo dos anos, o MI tem cultivado um relacionamento significativo com as diversas comunidades de imigrantes e descendentes.
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