Nas eleições de 2024, o estado de São Paulo registrou um aumento na representatividade feminina e racial, embora o progresso ainda seja modesto. Dos 610 municípios que já definiram suas prefeituras no primeiro turno, apenas 11% elegeram mulheres como prefeitas, totalizando 67 eleitas, um leve aumento em comparação com as 60 prefeitas eleitas em 2020. Já nas câmaras municipais, o percentual de vereadoras subiu para 17%, uma melhoria em relação aos 15,7% alcançados em 2020.
Inclusão e diversidade de gênero
Pela primeira vez, o sistema de registro de candidaturas permitiu aos candidatos se identificarem em relação à identidade de gênero, orientação sexual, etnia indígena e pertencimento a comunidades quilombolas. Entre os prefeitos eleitos, 500 se declararam cisgênero, e, em termos de orientação sexual, 188 são heterossexuais. Houve também a eleição de um prefeito quilombola em Barra do Turvo, Dr. Victor Maruyama (Podemos).
Representatividade racial
Em 2024, houve um aumento na representatividade de pessoas negras nos cargos de prefeito e vereador. Entre os prefeitos eleitos no primeiro turno, 63 se declararam pardos e 2, pretos, totalizando 10,66% de representatividade negra, um aumento significativo em relação aos 6,1% das eleições municipais de 2020. Nas câmaras municipais, a representatividade negra também cresceu, com 19,25% de vereadores pardos e 6,02% pretos, resultando em um total de 25,27% de representantes negros.
Mulheres na política
Apesar do aumento da representatividade feminina, o número de mulheres eleitas ainda está abaixo do ideal. Das 610 prefeituras definidas no primeiro turno, 67 foram conquistadas por mulheres, e apenas uma candidata disputa o segundo turno. Nas câmaras municipais, as mulheres representam 17% dos eleitos, mesmo com o eleitorado feminino representando 53% do total no estado. A participação de pessoas transgênero também foi notada: oito trans foram eleitos para cargos legislativos municipais.
Diversidade entre os eleitos
As eleições de 2024 trouxeram uma maior visibilidade para a diversidade, especialmente com a eleição de indígenas e quilombolas. Quatro vereadores indígenas foram eleitos, e 21 vereadores quilombolas conseguiram assento nos legislativos municipais. A declaração étnica tornou-se mais abrangente, com candidatos de etnias como Mundurukú e Pataxó eleitos em cidades como Lorena e Guarulhos.
Segundo turno
Em 18 cidades de São Paulo, haverá segundo turno para a definição de prefeitos. Entre os 36 candidatos, apenas uma mulher segue na disputa, e a diversidade racial entre eles inclui um candidato quilombola e um amarelo.
Conclusão
As eleições de 2024 mostram um avanço tímido, mas significativo, na representatividade feminina e racial em São Paulo. A presença de mulheres e pessoas de diferentes etnias e identidades de gênero nos legislativos e executivos municipais destaca uma evolução no cenário político paulista. Porém, os números indicam que ainda há um longo caminho para alcançar uma representatividade proporcional ao perfil da população do estado.