A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou sessão solene, na manhã desta segunda-feira (26), para comemorar os 115 anos da imigração japonesa no Brasil. O evento destacou a importância da contribuição dos imigrantes para a cultura, a gastronomia e o desenvolvimento econômico nacional e local.
A Mesa da cerimônia foi presidida pelo solicitante da solenidade, o deputado Paulo Fiorilo (PT), e composta pelo representante do Escritório das Relações Exteriores em São Paulo (Eresp), o embaixador Alfredo Camargo; cônsul-geral do Japão em São Paulo, Kuwana Ryosuke; presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e da Assistência Social (Bunkyo), Renato Ishikawa; e pelo deputado estadual Felipe Franco (União). O deputado Eduardo Suplicy (PT) também marcou presença no evento.
Segundo Fiorilo, esta celebração é um momento importante para refletir sobre a história e as contribuições que a comunidade japonesa fez para o Estado de São Paulo e para o País, como um todo. O parlamentar disse acreditar que esses imigrantes são parte integrante da cultura e da história paulista.
A partir disso, o deputado destacou a importância de aproximar os Parlamentos Brasileiro e Japonês. “Queria sugerir que esta Casa crie um grupo Brasil-Japão, para que possamos estreitar essa relação nos próximos anos no Estado de São Paulo”, acrescentou.
Legado da Imigração Japonesa
Em 18 de junho de 1908, chegaram 781 japoneses no Porto de Santos. Os primeiros imigrantes vieram para o Brasil com o objetivo de trabalhar nas plantações de café do Estado de São Paulo, atraídos pelas oportunidades econômicas oferecidas.
Com o tempo, muitos desses imigrantes se estabeleceram permanentemente em solo paulista, trazendo consigo suas culturas e habilidades.
“A história da imigração japonesa é marcada por uma jornada de determinação e perseverança. Os imigrantes deixaram sua terra natal para construir uma vida melhor, trazendo sua herança mais valiosa: suas tradições e valores herdados de seus ancestrais”, disse o cônsul-geral do Japão em São Paulo, Kuwana Ryosuke.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e da Assistência Social (Bunkyo), Renato Ishikawa, os imigrantes japoneses enfrentaram, no início, vários tipos de dificuldades. Dentre os obstáculos, estão os costumes, a comunicação, as comidas nunca experimentadas, as doenças tropicais e os desafios do trabalho, que era quase escravo.
“Muitos se mudaram para a periferia de cidades grandes, especialmente em São Paulo, construindo o Cinturão Verde, responsável pela produção de legumes, verduras e frutas, que vieram a mudar os hábitos alimentares dos brasileiros […] A presença desses descendentes impulsionou o agronegócio, como, por exemplo, a fruticultura irrigada no semiárido do Rio São Francisco, no Nordeste, cuja qualidade de produção conquistou o mercado externo”, frisou Ishikawa.
De acordo com o embaixador Alfredo Camargo, o Brasil possui a maior comunidade japonesa fora do Japão. Atualmente, são mais de 2 milhões de nipo-brasileiros.
Além disso, a diáspora japonesa em outros países, como os Estados Unidos, não manifestou sua cultura de forma tão plena e expressiva, como ocorreu em solo brasileiro. “Isso representa uma contribuição importante para o Brasil, pela qual somos muito gratos”, disse Camargo.
“A vinda dos japoneses para o Estado de São Paulo teve um impacto significativo na cultura brasileira, especialmente na gastronomia e nas artes, tais como as práticas do origami e a cerimônia do chá. Além disso, a imigração japonesa teve um grande impacto no desenvolvimento econômico local e nacional. Muitos deles tornaram-se empresários bem-sucedidos, se destacando nos setores de tecnologia, automotivo e eletrônico”, declarou o deputado Paulo Fiorilo.