Com o novo ano se aproximando, muitas pessoas já estão pensando em como realizar o sonho de adquirir um imóvel. Entre as opções disponíveis, o consórcio é uma alternativa que desperta grande interesse, mas será que vale a pena adquirir um consórcio em 2025? Segundo dados do último Panorama do Sistema de Consórcios, elaborado pelo Banco Central em 2023, o setor de consórcios movimentou cerca de R$101 bilhões, uma alta de 17,8% em comparação com 2022.

Lucas Sharau, assessor da iHUB Investimentos, afirma que a escolha entre consórcio e financiamento depende muito da estratégia e do planejamento pessoal, e que sim pode ser uma opção para inúmeras pessoas. “O consórcio é uma boa opção para quem já se planejou e tem uma reserva para dar lances. Se você quer um imóvel e pode esperar um pouco, o consórcio pode ser mais econômico, mas é importante ter uma estratégia”, diz Sharau.

Diferente do financiamento, em que a compra do imóvel é imediata após a aprovação, o consórcio oferece uma aquisição mais planejada e, a princípio, sem juros altos. Porém, segundo Sharau, essa opção exige paciência, já que o imóvel pode demorar para ser contemplado e acabar saindo mais caro.

“É preciso avaliar o seu momento e estratégia. Se a urgência de ter uma casa nova é grande, o financiamento pode ser a melhor escolha, mesmo que logo no início haja um custo maior de juros do que no consórcio. Entrar em um consórcio sem planejamento pode sair mais caro do que o próprio financiamento por causa da atualização monetária do saldo devedor, além de haver o risco de não se saber quando irá conseguir comprar o bem”, explica o assessor.

Financiamento: ideal para quem tem pressa

O financiamento imobiliário é a escolha mais comum para quem precisa do imóvel de forma imediata. Com a aprovação, o comprador já pode ocupar o imóvel, mesmo que precise pagar ao longo dos anos. No entanto, as taxas de juros são uma desvantagem, especialmente em tempos de alta da Selic. Segundo Lucas Sharau, o financiamento pode ser mais caro, mas atende quem tem urgência. “Se você não tem tempo nem estratégia para utilizar o consórcio e precisa do imóvel rapidamente, o financiamento é a melhor opção, mesmo que você pague mais juros logo de início”, afirma.

Sharau destaca a importância de escolher a tabela de financiamento adequada. A Tabela SAC, por exemplo, começa com parcelas mais altas, mas em cada parcela você irá amortizar a mesma proporção do saldo devedor, que vai diminuindo constantemente com o tempo, enquanto a Tabela Price mantém as parcelas fixas, mas com mais juros no início, ou seja, a amortização do saldo devedor vai aumentando com o tempo. “O financiamento exige planejamento do orçamento, é importante que a parcela caiba no orçamento da família e que seja considerado acumular valores ao longo do tempo junto com o pagamento das parcelas, assim amortiza-se mais do saldo devedor ao longo dos anos pagando portanto menos juros. A tabela SAC é a mais indicada para esse tipo de amortização, mas as parcelas precisam caber no orçamento ”, orienta.

Consórcio: uma escolha estratégica e sem juros

O consórcio, por outro lado, funciona como um clube de pessoas com o mesmo objetivo de compra, onde, mensalmente, um dos membros é sorteado para adquirir o imóvel. Além disso, há a possibilidade de ofertar lances para ser contemplado antes. “Se você tem uma estratégia de lance, o consórcio pode ser uma opção muito interessante. Com uma boa reserva financeira, você aumenta as chances de ser contemplado mais rápido”, explica Sharau.

Outra vantagem do consórcio é a ausência de juros, sendo que a única taxa cobrada é a administrativa, que gira em torno de 20% a 26% do valor total, diluída ao longo do período. “Comparado ao financiamento, o consórcio pode sair mais barato se você estiver preparado para investir em lances e não tiver pressa”.

Para quem deseja começar 2025 de casa nova, mas não quer comprometer o orçamento com altas parcelas ou taxas, a estratégia de poupar pode ser o melhor caminho. Guardar dinheiro mensalmente e investir de forma inteligente pode levar à compra do imóvel sem a necessidade de consórcio ou financiamento. “Se você tem disciplina financeira e consegue investir, pode adquirir seu imóvel com um custo menor. O segredo é planejar e fazer o dinheiro trabalhar ao seu favor”, recomenda.

Esse método, apesar de mais demorado, permite a compra do imóvel sem contrair dívidas a longo prazo. A decisão final, portanto, depende do perfil e das necessidades de cada comprador. Para quem busca economizar a longo prazo, a dica é simples: “Disciplina e planejamento são fundamentais. Se você puder esperar, poupar e investir, essa pode ser a melhor opção para conquistar sua casa nova em 2025”, conclui Sharau.