Bolsonaro ainda destacou que sua meta é concluir obras inacabadas deixadas por seus antecessores, mesmo que tenha de dividir o mérito com eles.
Eis os principais assuntos da entrevista:
RETOMADA DO CRESCIMENTO
O presidente afirmou que o próprio ministro da Economia admitiu que o país não terá uma 2ª chance e que precisa conter o crescimento de dívidas. “Tem grupos aqui, acolá, que se preparam já para 2022 e ficam torcendo para o quanto pior, melhor. Só que tem 1 limite. O próprio Guedes diz que a gente não vai ter 2ª chance. Com uma dívida de R$ 4 trilhões que consome 1 Plano Marshall por ano (plano de ajuda econômica dos Estados Unidos a países europeus pós-guerra)”.
“Estamos conseguindo reconquistar a confiança. O Tarcísio [Freitas, ministro da Infraestrutura] está viajando há 15 dias pelos EUA e a Europa, buscando investidores. A Tereza Cristina (Agricultura) fez 1 périplo pela Ásia. Não dá pra dar 1 cavalo de pau na economia. A economia é 1 transatlântico”, comparou o presidente.
RESULTADOS NA ECONOMIA
“A Caixa está dando boas notícias, diminuíndo os juros do cheque especial, sem interferência minha. Eu poderia interferir na Caixa. Eu não posso interferir é no Banco do Brasil. Posso interferir trocando o presidente (risos), mas longe disso aí… A Dilma interferiu em 2012 e baixou os juros na marra. Essas instituições ganharam clientes, mas perderam lucro. Não sou economista, mas acho que os lucros deles vão aumentar. Não tem plano B. A economia é 100% com o Guedes. Não discuto. O que eu transmito a ele é o anseio popular”.
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
“Agora (na viagem para a Assembleia da ONU), raro o chefe de Estado que não queria uma reunião bilateral. Não o fiz por problemas de saúde. Nunca estivemos tão bem com os Estados Unidos. Os países que colaram nos Estados Unidos conseguiram vencer obstáculos da economia”.
REDES SOCIAIS
“Tenho problema de insônia, não adianta. Vou lá pra 1 canto, para não atrapalhar a mulher na cama. Printo muitas vezes e passo aquilo para os ministros. O Paulo Guedes pega metade disso aí praticamente. E o ministro dá uma satisfação”.
AUMENTO DE IMPOSTOS
“Falei com o Guedes sobre CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que esse nome está contaminado. Ninguém aguenta essas 4 letrinhas. A preocupação é o aumento de impostos. ‘Ah, vamos aprovar uma alíquota pequenininha agora’. Depois esse percentual aumenta”.
ORÇAMENTO IMPOSITIVO E REFORMA PREVIDENCIÁRIA
“Guedes fala o seguinte: uma maneira de atender o parlamentar é na questão das emendas impositivas. Mas não adianta ser impositiva se não tem dinheiro. Ele acertou lá esse modelo da cessão onerosa e quer passar, para as demais, parte para o governo e parte para o Parlamento”.
GERAÇÃO DE EMPREGOS
“Se o Temer (ex-presidente) não fizesse a reforma trabalhista, estaria numa situação pior do que estava antes. É muito bonito falar em direitos. Agora quero saber os direitos do desempregado. Não tem direito nenhum”.
MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO
“Ele não chegou ao fim da linha. Se for algo de grave, substancioso, a gente toma uma decisão. Ele está fazendo 1 brilhante trabalho. Temos 1 plano audacioso Onde tiver 1 hotel nós pretendemos afundar 1 navio ali”.
SÍNODO DO VATICANO
“Querem voltar àquilo que foi discutido em 1948 pela ONU, a questão da internacionalização da Amazônia. É esse o grande problema. Acho que, por exemplo, a única coisa boa que a França nos fez quando questionou nossa soberania foi despertar o espírito patriótico do Brasil. Eles têm o direito de discutir o que bem entendem. Eu vou deixar bem claro que poderá ser a posição de alguns da cúpula católica e não de todos”.
INDICAÇÃO DE EDUARDO BOLSONARO À EMBAIXADA
“Não tem data. Deixa passar a votação da reforma da Previdência, não tem pressa não. Ele se prepara melhor para enfrentar uma sabatina, caso ele mantenha a ideia de ir para lá”.
RELAÇÃO COM O CONGRESSO
“Quando falo que vou casar com o Rodrigo Maia, o Alcolumbre fica com ciúmes (risos). Mas qual é a vantagem que eu tenho com eles? Nós fomos deputados juntos, do baixo clero juntos. Se a gente se der bem, por exemplo, o Rodrigo Maia vai botar em votação o projeto de porte de armas, está acertado. Ele vai botar também porque é o dono da pauta, as mudanças no Código Nacional de Trânsito. Parece que não é nada, mas quando você passa de 5 para 10 anos a validade da carteira (de motorista), todo mundo ganha”.