O antropólogo e pesquisador Néstor García Canclini será o responsável por abrir o Seminário Internacional “Cultura Viva Comunitária – Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais”, que será realizado de 8 a 10 de abril, na Cidade do México. O evento se apresenta como um espaço inovador de diálogo, formação e intercâmbio, voltado ao fortalecimento da gestão cultural e das políticas culturais de base comunitária na América Latina e no espaço ibero-americano.
A conferência de abertura acontecerá no dia 8 de abril, às 16h30, no Centro Cultural da Espanha, na Cidade do México. Com o tema “Desafios da Cultura Viva Comunitária: dos diálogos com as instituições às plataformas digitais”, Canclini – doutor em Filosofia pelas universidades de Paris e La Plata, e professor emérito da Universidade Autônoma Metropolitana – refletirá sobre o impacto das redes sociais na formação de comunidades digitais e sobre o papel das instituições no apoio à cultura comunitária.
“As culturas comunitárias, enraizadas nos territórios, dialogam com instituições locais, nacionais e internacionais. Diferentes governos apoiaram, utilizaram e, em certos momentos, desestimularam a vida comunitária. Hoje, as comunicações se dão cada vez mais pelas redes sociais, formando comunidades digitais que abrangem o próximo e o distante. Como ativar a convivência em tempos de corporações eletrônicas?”, questiona Canclini.
O seminário pretende apresentar um panorama de políticas públicas voltadas à Cultura Viva Comunitária, compartilhando experiências e metodologias que contribuam para o fortalecimento da gestão cultural. Ao promover novas redes de colaboração e intercâmbio, o evento integra o processo de consolidação de uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais, que sistematiza práticas e iniciativas de base comunitária no continente.
Um dos destaques da programação será a experiência brasileira com os Pontos de Cultura, implementada desde 2004. A proposta se tornou uma referência internacional em políticas culturais de base comunitária, influenciando legislações e programas em diversos países da região.
Segundo Alexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa e co-organizadora do seminário, “a experiência brasileira se expandiu pela América Latina, tornando-se uma referência na região e no espaço ibero-americano. Esse modelo inspirou políticas públicas em diversos países, fomentando redes, movimentos e iniciativas culturais baseadas no Cultura Viva. A sociedade civil desempenha um papel fundamental nesse processo, propondo modelos alternativos de desenvolvimento com a cultura no centro. O seminário reflete essa diversidade ao reunir sociedade civil, governos e academia. Essa perspectiva multissetorial nos permite abordar os 20 anos dessa trajetória no Brasil e os 15 anos de articulação latino-americana a partir de diferentes olhares.”
Para a presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, o seminário representa um marco estratégico para fortalecer a cooperação entre os países e a sociedade civil. “As políticas de Cultura Viva nasceram de baixo para cima, impulsionadas pelo protagonismo das comunidades e por suas redes de solidariedade e resistência. Cabe ao Estado manter uma escuta ativa para garantir que esses processos continuem fortalecendo os direitos culturais, a democratização e os Pontos de Cultura.”
A programação completa e o link para as inscrições (gratuitas) serão divulgados na segunda-feira, 31 de março.
O seminário é promovido pelo Instituto Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária (ILACVC) e pela Redes de Gestión Cultural (RGC), em parceria com a Caravana Quetzalcóatl, Programa IberCultura Viva, Fundação Casa de Rui Barbosa/MinC (Brasil), Secretaria de Cultura da Cidade do México, Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM), Lab Cultura Viva – Extensão UFRJ (Brasil), Secretaria de Cultura do Governo do México, Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), Centro Cultural da Espanha – Cidade do México, a Cátedra Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – de Políticas Culturais e Gestão (Brasil), Pontão de Cultura Areté (Brasil), a Trànsit Projectes (Espanha) e a Diputació de Barcelona (Espanha).
(function() {
var po = document.createElement(‘script’);
po.async = true;
po.src = document.location.protocol + ‘//connect.facebook.net/pt_BR/all.js#xfbml=1’;
var head = document.getElementsByTagName(‘head’)[0];
head.appendChild(po);
}());
Fonte: Ministério da Cultura